Peço com todas as crenças em mim, que venha o desespero e toda a sua loucura aqui.
Grito aos quatro ventos que levem toda a minha amizade e deixem apenas este mero corpo apático.
Sussurro às calçadas que me guiem ao caminho do nada, suplico aos postes e muros que amparem o peso deste ente, enquanto caminho, sem pressa, sem destino e sozinho sentindo no tempo, a falta que faz um carinho...
Quero que venha todo o peso de uma consciência e esmaguem este que nada tem em sua vivência, oro aos espíritos, se é que existem,
que mostrem tuas forças e me embalem contando estórias do além...
Peço que carreguem esta pobre alma que dizem que é de um pobre Deus e levem-na para sonhar no jardim do Edém e de lá consiga decifrar a confusão de Babel.
Que apresentem-na a Noé e todos os seus bichos de estimação e deixem-na à porta da entrada do inferno ao lado de Persephone e Hades...
Levem esta pobre alma de um ateu e provem que além daquilo que vem os há algo que sentimos e a dor que se sente é somente consequência dos atos por ela cometidos.
(Texto escrito em 31/10/01)
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