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O poder da passividade


Hoje pela tarde, quando caminhava em direção ao ponto onde embarco no ônibus para a casa, estava lembrando de um grande amigo meu, um amigo já falecido e que quando me pego pensando, ainda sinto saudades de nossas conversas. Durante esse caminhar, me lembrei de uma de nossas conversas a respeito de  um amigo que tínhamos em comum.
Esse amigo era tranquilo demais, não me lembro ainda hoje de tê-lo visto um dia que fosse irritado, mal humorado, pelo contrário, mesmo nas situações que muitos se irritariam ele mantinha-se calmo, quase indiferente e quando aqueles outros colegas resolviam brincar com ele, fazendo piadas sobre alguns de seus comportamentos e hábitos, ele por vezes entrava no clima de brincadeira, outras, simplesmente ouvia, com uma expressão distante, apenas olhando para os colegas que brincavam, parecia se fechar dentro de um invólucro invisível, porém, que o protegia.
Por muitas vezes me lembrei de diversas situações vividas juntos, mas, pela primeira vez eu estava pensando sobre isso, com a intenção de tentar sentir ou me colocar no lugar dele e descobrir se essa passividade toda, era o que realmente eu deduzia ou acreditava ser. Me lembrei que conversávamos sobre isso e mergulhei. Busquei, cavei e revirei minhas lembranças, na tentativa de encontrar algum sinal que me fizesse ter uma impressão diferente a essa que sempre alimentei.
Apesar do meu esforço, não consegui, então, resolvi ligar para ele, nem sabia se o telefone continuava o mesmo, porém, ainda era.  Marcamos de tomar um café em um local que era caminho para os dois e chegando lá fui sincero e revelei o motivo do meu convite.
Fiquei surpreso quando ele me relatou que sempre se sentiu incomodado com tudo aquilo, que as brincadeiras o afetavam, que por vezes nos via na esquina e desviava o seu caminho para evitar essas situações, ele dizia que apesar de tanto tempo passado e hoje ter aprendido a lidar com isso, ainda se pega pensando e lembrando dessa época e algumas coisas ainda o incomodam, mas, faz tempo e por isso consegue mudar o pensamento e não mais sofrer com essas imagens.
Revelei a ele a conversa que tive com esse meu outro amigo que já partiu e o que nos questionávamos sobre ele, e ele riu e disse, que foi por suportar tudo isso em silêncio e não reagir a todas as situações que poderia ter perdido o controle, que aprendeu a suportar as pressões e dificuldades que passou na vida, foram esses momentos que o prepararam para enfrentar tudo o que ele se deparou até pouco tempo atrás e essas situações hoje o colocaram em um posto de liderança na empresa que trabalha. Foram essas atitudes de passividade que o ensinaram a lidar com as pessoas que sempre foram hostis com ele e hoje o tem com grande afeição, foi agindo dessa forma que conquistou confiança e amizades tão importantes para ele hoje.
Nos despedimos e segui para minha casa, refletia sobre o fato e me lembrei de uma frase, que dizia algo parecido com essa: "Mesmo quando lhe atirares pedras, tente esquivar-se e ao conseguir, devolva flores". Não é alimentando a hostilidade que se encontrará o equilíbrio em um conflito e com isso aprendi e consegui compreender que devemos pensar antes de falar e agir, mesmo que a intenção seja brincar, pois, não sabemos como o outro receberá isso, o que para nós pode ser divertido, para o outro poderá causar uma profunda ferida. Pensemos nisso...