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Eu e o vento


Quando hoje caminho entre o frio do concreto e em meio as estruturas que refletem nos olhares o desconserto dos valores, percebo nas expressões o vazio que invade os peitos, a solidão que abraça os supérfluos sorrisos que esvaem com as mais suaves brisas.
Em meio a pressa que domina os passos daquelas que vagueiam em devaneados olhares, olhares que vagueiam apressados sem saberem ao certo onde e quando querem chegar, olho em volta, meus passos largos, porém lentos seguem tranqüilos depois de mais um dia de trabalho, sei que a solidão do meu quarto me espera, sem pressa, pois sabe que vou chegar. E quando eu chegar o silêncio tomará conta de meus ouvidos, o espaço limitado dominará os meus olhos e o nada envolverá meu coração, mas, não me dominará por completo, pois trago comigo as lembranças dos teus abraços, a sensação dos seus toques e os carinhos dos seus beijos.
Quando chega a noite enquanto suavemente o Sol se vai, observo as pessoas aos poucos desaparecerem, pouco a pouco, o imenso espaço que parecia pequeno para tantos que ali passavam ganha novamente sua real proporção. Os sons das vozes vão se extinguindo, os ruídos dos passos apressados se tornam quase inaudíveis, os sons insensíveis dos motores diminuem a ponto de eu quase esquecer que estavam ali. O silêncio durante algum tempo é quebrado seguido por barulhos metálicos de portas que gritam ao se fecharem, anunciando que novamente estou só.
Vejo as últimas almas que vagam hipnotizadas, provavelmente indo para suas casas, para abraçarem alguém que os esperam, então me lembro que vou para o meu espaço e você não estará me esperando, abrirei a porta e somente o ar morno do vazio me dará um beijo de boa noite.
Sei que escolhi isso e já aceitei o fato de que até fico bem com a solidão, já que todas as vezes que não estava só, o fiz pela mera vaidade de satisfazer o egoísta desejo de amar alguém, mesmo não sendo amado por essa pessoa.
Sei também que muito pouco sou afetado por sentimentos que a muitos incomodam, mas quando se compreende em sua raiz última a escolha que se faz e também seus motivos, o que era lágrima se torna riso, o que era chumbo se torna pluma.
Fica fácil trazer um sorriso bobo na face, um gesto espontâneo e descontraído nas mãos e mais ainda a lembrança do sonho de um grande amor que se findou tão suavemente como a última nota de uma bela canção ou como a noite que chegou no início desses pensamentos causando um leve e repentino aperto no peito, porém, tão breve quanto as portas que se fecham e o vento que sussurra: “ Agora, somos só eu e você novamente.”