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Quando chegou o amor - Continuação


Dois anos se passara e eu guardava o meu segredo. Nem mesmo ao meu melhor amigo eu contei, mantive meu silêncio, continuei ouvindo suas muitas decepções afetivas, enxuguei por várias vezes suas lágrimas e em silêncio, engolia as minhas.
No decorrer desse tempo optei por me distanciar um pouco e tentar superar esse sentimento, pois, sabia que ele jamais seria correspondido e a cada oportunidade que ela tinha de chorar suas dores em meu ombro, mais claro e evidente isso se tornava.
O sentimento não havia sumido, mas de alguma forma o sentia mais calmo.
Havia momentos em que me batia o sofrimento, mas não era mais como antes, todos os dias.
De repente ela passou a estar mais próxima. Quando eu chegava à escola, ela vinha ao meu encontro, me cumprimentava com um beijo no canto dos lábios, me abraçava e caminhava comigo até à sala de aula.
Eu me sentia confuso, não sabia se ela estava apenas brincando comigo, se estava apenas mostrando para as amigas que teria sempre alguém à sua disposição ou se eventualmente ela havia deixado de lado uma suposta preocupação com sua imagem, uma vez que era uma das meninas mais bonitas da escola, uma das mais cortejadas por tantos outros garotos.
E com esse comportamento, apesar de todas as minhas dúvidas e inseguranças, não consegui impedir que o sentimento que até pouco tempo se mantinha suave, retornasse com toda sua força, provocando novamente toda a dor que já havia causado antes.
Final de ano chegou, os alunos, cada qual com os pratos preparados por suas mães nas mãos, um a um entrava na sala, colocava-os sobre a mesa do professor e após uma algazarra louca, com mesas e cadeiras sendo arrastadas para organizar a sala para a festa de despedida, todos sumiram para o pátio e quadra. Eu permaneci lá, não estava interessado em ir para quadra ou nem mesmo estar ali, mas, era preciso que eu estivesse, não podia faltar, meus pais não deixavam faltar à escola.
Então, ela entrou linda e única.
Parou próximo a porta. Por alguns segundos ela ficou ali e olhava para mim, eu sentado sobre uma das mesas, senti que meu coração disparara. Senti exatamente o mesmo que da primeira vez que a vi. Ela sorriu, colocou a travessa que carregava sobre a mesa, organizou os pratos já organizados e caminhou até mim, me cumprimentou como se tornara seu hábito com um beijo no canto dos meus lábios. Afastou seu rosto lentamente, olhando diretamente para os meus olhos, virou-se e foi até o toca-fitas que estava sobre uma das cadeiras no outro canto da sala.
Ah! Vocês talvez jamais conseguirão imaginar o que senti naquele momento.
A música começou a tocar, a lembro absolutamente inteira até hoje, os acordes, as melodias, a harmonia entre os arranjos instrumentais e a voz da cantora, somente eu e ela na sala, - nesse instante sinto até mesmo a fragrância do perfume que ela estava usado, é a memória olfativa... - e ela caminhava lentamente em minha direção, somente eu e ela, ninguém mais. - O mundo deixou de existir novamente e ainda deixa cada vez que me pego mergulhado nessas lembranças. - Ela parou diante de mim, pousou suavemente suas mãos sobre minhas pernas, beijou meu rosto, segurou minha mão e lentamente me puxou para que descesse de onde me encontrava. Quando me pus em pé, ela me envolveu em seus braços e começamos a dançar. 
Um aperto em meu peito parecia que iria esmagar meu coração, um nó em minha garganta me dava a impressão que me asfixiaria de tanta emoção e as lágrimas que queriam brotar em meus olhos me impedia de ver nitidamente qualquer coisa além de nós.
Nesse momento, entra na sala um dos professores, o professor de matemática para ser mais preciso, instantaneamente ela me deixa e corre em direção a ele, o abraça e o cumprimenta, simplesmente sai da sala, como se eu não estivesse ou nunca estivesse estado ali.
Me contive, o rosto enrubescido, totalmente apático e sem jeito no canto da sala.
O professor percebeu, olhou para mim, esboçou um sorriso encorajador, mas, hoje sei que em seu olhar tentava me dizer, eu sei o quanto dói.
A música continuava tocando, a lembrança da forma como ela me envolveu, da sua respiração em meu rosto, do perfume que exalava de sua pele, da intensidade do olhar enquanto ela me conduzia pelas mãos para longe das mesas... Tudo ficou vivamente impresso em minha memória por muito tempo, por muitas e muitas vezes chorei, sozinho em meu quarto.
Pela segunda vez, vi o meu grande amor simplesmente partir e me deixar com a dor de amar só para mim.


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