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A tempestade, o anjo, eu e você


Soprava forte o vento, as árvores fortes e grandes não resistiam e dobravam-se impotentes à fúria invisível que a tudo envolvia.
Eu caminhava desorientado em busca de um abrigo, um porto seguro onde pudesse descansar o corpo surrado, suado e ferido, cansado de tanto andar sem ter onde chegar.
Procurava enxergar com os olhos entreabertos, tentava mesmo tendo a impressão de que havia um véu frente às minhas vistas, ver algo à minha frente que não fosse a escuridão que lentamente cobria a tudo e todos e que mostrava quão inútil seria tentar fugir daquela situação.
Já esgotado e sem mais forças para continuar minha busca, pensava em me render e permitir que aquele turbilhão de águas, imagens, devaneios e o desespero me levasse para onde quer que fosse.
Já tendo o corpo curvado, um dos joelhos não suportando mais o peso dobrou-se ruidosamente chocando-se contra o chão, a dor subiu por todo meu corpo, senti que aquele poderia ter sido meu último passo num caminho que acredito não tivesse escolhido trilhar, quando senti uma mão que segurou firme o meu braço.
Levantei o rosto num último esforço, já com os olhos lacrimejantes para ver quem poderia estar ali, mais uma alma errante, mais um corpo destoante da realidade triste que me envolvia. 
E como se um raio penetrasse através dos meus olhos sem brilho e quase sem vida, tive a impressão que um raio teria atingido meu coração. Fui envolvido por um calor confortante, senti meu corpo tornar-se leve, como se não mais tocasse o chão.
Me vi suspenso no ar, acima do vento e da tempestade que aos poucos minava minhas forças e como num passe de mágica, diante de mim revi toda a minha vida.
Via minhas fraquezas, meus defeitos, meus raros sucessos e inúmeros fracassos e no resumo de toda a minha miserável e curta vida, pude observar o quanto aprendi e cresci nesse tempo tão breve que me passou despercebido. Percebi o quão forte me tornei, forte o suficiente para baixar o olhar e permitir uma lágrima rolar, para reconhecer meus defeitos e o muito que tenho que aprender, forte para ouvir mais do que falar, para me calar e com um sorriso retornar as ofensas e feridas que tantos insistem em me causar, forte o suficiente para gritar uma prece que acabara de inventar e agradecer ao anjo imaginário que eu criara por me mostrar que ninguém é tão insignificante quanto se queira acreditar, forte o suficiente para aceitar que faço parte de algo muito maior e assumir a responsabilidade de tornar melhor não só a minha vida, mas a vida de todos que por algum motivo meu caminho cruzar, seja por um segundo, no sorriso de um bom dia, seja por um dia na partilha de compromissos, seja por uma semana na jornada de um trabalho, seja por um mês no trajeto diário, seja por um ano por uma missão desconhecida ou seja pela vida inteira para a maravilhosa odisséia de descobrir o universo de quem está ao lado.

(Texto escrito em 04/12/03)



2 comentários :

  1. Ninguém cruza nossos caminhos sem motivos, nada passa por passar. Tudo tem o seu "por que" e o "pra que". Mas pra descobrir tudo isso, é preciso ter um espírito sempre edificado, iluminado e a alma sempre disposta a se expor e a receber, como a sua. É sempre edificante te ler, sentir suas palavras. Bjs...

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  2. Grato, Cintia... Muito me alegra suas palavras... E tudo somente é possível quando há pessoas com sensibilidade para perceber e sentir aquilo que as palavras tentam traduzir, buscam compartilhar em sentimentos... Bjs.

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