Mensagem para você!!!

Para ouvir a programação da Rádio RTS enquanto passeia pelas páginas do blogue, clique no ícone à direita, com o quadradinho e a seta, abrirá uma janela, é só clicar no play e curtir o melhor da música em 432Hz. Boa leitura e divirta-se...

Habilite o Flashplayer para ouvir Rádio RTS -

Free Shoutcast HostingRadio Stream Hosting

A eternidade de um instante



Segure minhas mãos e
leve-me ao infinito do teu ser.
Coloque-me como queiras para que eu
 possa olhar na imensidão dos teus olhos e
e viajar na eternidade dos instantes com você.

Cante para mim uma canção e
faça-me dançar na suave melodia da tua voz.
Grite com toda intensidade para acordar em mim
aquilo que há tempos encontra-se adormecido.

Simplesmente me abrace e faça de uma simples noite
a mais importante de uma vida inteira,
faça da noite que passaria despercebida pelo tempo
a noite que nunca encontrará novo dia em minhas lembranças.

Faça de uma vida que é levada pelo vento
aquela que cavalga na crista das ondas do tempo,
leve-me ao lugar mais misterioso do teu coração,
aquele lugar que nem mesmo meus pensamentos me encontrarão.

Karl Mot

Um novo caminho



Quando você sair para caminhar e o seu caminho se tornar frio e escuro, lembre-se que a cada vez que dá um novo passo, está a desbravar o desconhecido, a cada vez que sai de seu esconderijo se dispõe a viver novas experiências e elas tanto podem ser boa ou não tão boas assim. 
Lembre-se que um novo sentido se cria a cada nova pessoa com quem cruza em sua trilha, ainda que por um breve instante. Que descobre algo novo nas mesmas coisas que penetram tua retina, ainda que não se dê conta disso. 
Esteja com tua atenção e curiosidade aguçadas a tudo. A cada brisa que sopra, vem com ela os sussurros do passado, mas também intenções para o futuro. E pode ser nessa encruzilhada discreta do tempo que teu caminho possa se tornar menos frio, a escuridão pode se tornar menos densa e passar a percorrer uma estrada mais larga. 
Perceberá que tuas vistas estavam envolvidas por uma neblina que te impedia de ver a realidade a tua volta, da forma como objetivamente é. E por isso sempre agiu, decidiu com base em seus sentimentos de medos, inseguranças e via de forma torpe o teu mundo e acreditava como sendo sua verdade absoluta. 
E como que tocado por um suave raio de sol, aos poucos a neblina se dissipará por completo e poderá ver as cores, em suas reais tonalidades. 
Será difícil aceitar que tudo o que defendeu e acreditou estava equivocado e perceberá que todo o teu futuro poderá ser jogado fora, se insistir em alimentar e dar vida ao que já morreu, em se negar a chance de vislumbrar a possibilidade das coisas serem diferentes do que sempre acreditou e te ensinaram a acreditar. 
Quando olhar para si e tiver a coragem de mergulhar em seu próprio mundo, perceberá que você, seus sonhos e seu mundo são muito maiores e mais forte do que jamais pensou que poderiam ser, perceberá que tudo aquilo que em silêncio questionava, já sabia a resposta, apenas temia aceitar que era diferente do que tentaram te impor. 
Perceberá que todas as virtudes que um dia alguém lhe disse possuir e que negou, eram na verdade tua essência e já sabia disso, porém o medo de se ferir por possuí-la te faziam negá-las a si e isso te feria ainda mais. Mas, enquanto se dissipa a neblina sente e aceita o melhor em si e o melhor no outro, perceba-se e sinta-se mais forte que o próprio vento, com uma brilho ainda mais intenso que o próprio sol, com uma serenidade e segurança que somente os que compreendem o silêncio das estrelas e sútil claridade da lua em meio a uma mata fechada, é capaz de sentir. Sinta o amor pulsando em tuas veias, a vida correndo por todos os infinitos espaços de teu ser e entregue-se e o viva, sem medos e nem receios, supere tudo aquilo que te limitou até então, liberte-se definitivamente das correntes que te aprisionam ao passado e lança-te com peito aberto para as maravilhosas surpresas do futuro. 
Perceberá que ser forte não é ser uma pessoa fria e nem distante, não é estar sempre na defensiva pronto para contra atacar, perceberá que ser forte é principalmente acreditar no melhor, arriscar e se permitir viver a oportunidade e experiência que se apresente e te desafia diante de ti. 
Quando sair para caminhar só, e alguns pensamentos obscuros e negativos sorrateiramente invadirem tua mente, não aceite e nem acredite na primeira idéia que eles sugerirem a você. 
Concentre-se na brisa que sussurra para você, sinta a força que vibra dentro de ti, no amor que te invade e pede para que o liberto além dos limites de teu corpo, nesse sentimento tão intenso que grita para que você permita viver intensamente isso que há tanto tempo luta contra, por não acreditar que é possível. 
Lembre-se que toda solidão é a falsa sensação que criamos de que é bom estar só. 
Quando sair para caminhar só e triste, lembre-se de alguém que vê além do que mostra o teu olhar, que ouve além do eco das suas palavras, que sente além do frio gesto que observa em ti. 
Quando uma tristeza repentina invadir tua alma, se atente ao que te causa essa dor, busque a imagem que se associa a essa sensação, talvez uma lembrança do passado, busque compreender o que aconteceu naquele momento e então, se perdoe e perdoe a todos os envolvidos. Levante o olhar, mire o horizonte e siga adiante, pois, é o teu presente que definirá o sentido dos teus novos caminhos para o futuro, e as lembranças sempre existirão e terá que aprender a compreendê-las e libertar-se delas, mas jamais poderá parar de caminhar e a cada passo uma nova oportunidade, uma nova experiência, uma nova lembrança. Terá que ter coragem para desbravar cada novo desafio, cada novo dia, mas será cada um desses novos dias que te ensinará a amar sem medos, sem receios e sem qualquer limitação e isso significa compreender e aprender a amar a si, para então compartilhar esse amor com todos que passarem ao teu lado, que andarem junto a ti, ainda que por alguns metros, mesmo que por alguns quilômetros, que seja por alguns segundos ou por diversos anos. 
Karl Mot

Sem sentido


Texto escrito em 15/07/2003

Sigo, enquanto olho para o nada no horizonte a minha frente, percebo assombrado fantasmas que rondam minha mente. Uma mente insana devido a insistente busca pela harmonia entre corpo e alma, mente e coração, ódio e amor, convívio e solidão e todas as crenças e suas heresias.
A alma em seus mais profundos mergulhos na imensidão do desconhecido, busca o segredo da existência, tenta assim compreender os motivos do ser.
O corpo tenta as dores dos impactos dos acidentes ocasionados pela vida fechar as feridas deixadas pelos espinhos da longa estrada do tempo, cria para as respostas novas dúvidas, mas, sem sucesso na tentativa da exatidão dos sentidos.
A mente absorta na escuridão das análises, busca desesperadamente encontrar e compreender os sentidos ocultos nos sinais misteriosos do cotidiano, tenta interpretar fatos desconexos, tenta decifrar o enigma estampado nas frontes dos espectros que cruzam a tela diante dos olhos desse pobre corpo que caminha cansado, sofrido e quase sem rumo a lugar algum.
O coração que já não se define mais entre ser um músculo cansado que se debate dentro de um peito surrado ou a moradia de uma alma que algum tempo atrás trazia os mais belos e nobres conceitos, hoje substituídos por algo nem tão nobre assim. 
Uma batalha insana, sem tempo para cessar, que já deixou muitas feridas aqueles que por ironia do destino estiveram no local errado em um momento não muito adequado. E ainda busco incansavelmente encontrar a paz entre esses dois impostores que não caminham separados, e que justamente por estarem tão próximos deflagam o mais impiedoso conflito e não se importam com nada e nem com ninguém, buscam causar a total falta de coerência em meus atos...
E nessa busca, opto, mesmo em meio a multidão ou no calor do lar ficar em companhia da solidão, assim não firo e não corro o risco de ser ferido. Mas, como manter-me em meu mundo quando o calor alheio roça minha pele, quando sussurros, gemidos e suspiros invadem o silêncio do meu universo e faz tremer o mais secreto existente em minha alma?
E nesse momento fecho meus olhos, acalmo minha alma, aquieto meu corpo, silencio minha mente e faço parar meu coração. Louvo ao ódio e odeio ao amor, luto para expulsar o convívio e me agarrar novamente a solidão, busco no mais obscuro de meu ser forças para lutar contra a crença que tudo será diferente, e na mais sublime prece a um deus incerto e não seguro lamento não ter encontrado o equilíbrio e não resistir mais uma vez a você.
Karl Mot

Memórias encontradas em um devaneio


Texto escrito em 24/11/2003

Sigo o meu caminho, procuro não olhar para trás mas não há como ser indiferente aos vários fatores que me cercam e quase que sem querer, me pego recordando meu passado.
Nesse momento registro uma sensação de nostalgia, quase a se tornar saudade.
Lembro-me de minha infância, dos sonhos que circundavam minha mente, eram tantos que se confundiam entre si e como toda criança me divertia com isso, mesclava os sonhos com os devaneios, claro que sem saber a diferença e seus significados.
Percebo então quando comecei a trilhar o meu próprio caminho, lembro-me dos primeiros momentos em que tive contato com os sentimentos afetivos, conflitos internos, frustrações e questionamentos pertinentes a fase de transição da infância para adolescência e dessa para a fase adulta.
Fico confuso ao perceber o quanto disso tudo ainda se faz presente em mim, o quanto eles ainda influenciam minhas decisões e ações. Me dou conta dos tantos questionamentos que ainda trago desde aquela época e muitos outros que as experiências de outrora me fizeram criar. Me dou conta dos medos que ainda persistem, das feridas que cicatrizaram mas não permitiram apagar suas marcas.
E então, a soma de todas essas lembranças, resumem o que sou hoje. 
Percebo como sutilmente essas experiências limitaram e mataram muitos dos sonhos que eu tinha quando criança e permitiram somente que os devaneios passeassem livres em minha mente, porém, aprendi que eles não me levaram jamais a lugar algum. 
Como é difícil olhar para mim e admitir minhas fraquezas, minhas limitações, medos, frustrações e inseguranças. Perceber a presença de meus defeitos tantas vezes criticados nos comportamentos alheios e perceber que minha companhia mais fiel, são fantasmas que carrego com muito carinho por todo esse tempo, mesmo a estar em constante luta para negar suas existências. É uma sensação nada agradável olhar-me diante do espelho e uma a uma, tirar as muitas máscaras que aprendi a usar diante de cada situação e então, não saber ao certo qual delas expressa o meu verdadeiro rosto. Porém vem o falso conforto de que com elas não serei mais atingido ou ferido.
Quanta hipocrisia para comigo, quanta falta de consciência de mim. 
Agora já não sinto nostalgia, sinto a mais profunda e intensa saudade da criança que fui um dia, sinto saudade de quando não havia um caminho a seguir, mas quando eu apenas seguia de forma divertida um labirinto espinhoso, frio e inóspito do mundo adulto sem saber que um dia eu veria esse caminho sem perceber a paisagem diante de mim durante minha passagem por ele.                                                           
Karl Mot