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Memórias encontradas em um devaneio


Texto escrito em 24/11/2003

Sigo o meu caminho, procuro não olhar para trás mas não há como ser indiferente aos vários fatores que me cercam e quase que sem querer, me pego recordando meu passado.
Nesse momento registro uma sensação de nostalgia, quase a se tornar saudade.
Lembro-me de minha infância, dos sonhos que circundavam minha mente, eram tantos que se confundiam entre si e como toda criança me divertia com isso, mesclava os sonhos com os devaneios, claro que sem saber a diferença e seus significados.
Percebo então quando comecei a trilhar o meu próprio caminho, lembro-me dos primeiros momentos em que tive contato com os sentimentos afetivos, conflitos internos, frustrações e questionamentos pertinentes a fase de transição da infância para adolescência e dessa para a fase adulta.
Fico confuso ao perceber o quanto disso tudo ainda se faz presente em mim, o quanto eles ainda influenciam minhas decisões e ações. Me dou conta dos tantos questionamentos que ainda trago desde aquela época e muitos outros que as experiências de outrora me fizeram criar. Me dou conta dos medos que ainda persistem, das feridas que cicatrizaram mas não permitiram apagar suas marcas.
E então, a soma de todas essas lembranças, resumem o que sou hoje. 
Percebo como sutilmente essas experiências limitaram e mataram muitos dos sonhos que eu tinha quando criança e permitiram somente que os devaneios passeassem livres em minha mente, porém, aprendi que eles não me levaram jamais a lugar algum. 
Como é difícil olhar para mim e admitir minhas fraquezas, minhas limitações, medos, frustrações e inseguranças. Perceber a presença de meus defeitos tantas vezes criticados nos comportamentos alheios e perceber que minha companhia mais fiel, são fantasmas que carrego com muito carinho por todo esse tempo, mesmo a estar em constante luta para negar suas existências. É uma sensação nada agradável olhar-me diante do espelho e uma a uma, tirar as muitas máscaras que aprendi a usar diante de cada situação e então, não saber ao certo qual delas expressa o meu verdadeiro rosto. Porém vem o falso conforto de que com elas não serei mais atingido ou ferido.
Quanta hipocrisia para comigo, quanta falta de consciência de mim. 
Agora já não sinto nostalgia, sinto a mais profunda e intensa saudade da criança que fui um dia, sinto saudade de quando não havia um caminho a seguir, mas quando eu apenas seguia de forma divertida um labirinto espinhoso, frio e inóspito do mundo adulto sem saber que um dia eu veria esse caminho sem perceber a paisagem diante de mim durante minha passagem por ele.                                                           
Karl Mot


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