Mensagem para você!!!

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Feliz Ano Novo????


E mais uma vez, se aproxima a grande data.
Há como sempre uma grande expectativa, individual e coletiva quando se aproxima a "virada" de ano.
É uma tradição, é algo que vem de muitas e muitas gerações, sempre alimentando inúmeras possibilidades de mudanças, alimentando uma grande expectativa de que tudo será diferente e para melhor no ano seguinte.
Porém, na maioria das vezes, ao findar o ano, naqueles instantes em que nos pegamos revendo o ano que termina, percebemos que praticamente nada foi diferente.
Percebemos que recusamos conscientemente várias oportunidades de fazer diferente aquilo que sempre fazemos igual.
E porque recusamos?
Recusamos porque temos medo das mudanças, porque temos uma apego mesquinho aquilo que nos simboliza estabilidade, segurança e conforto.
Porque somos de uma cultura que diz: "Mais vale um pássaro na mão, do que dois voando."
Mas será que vale mesmo?
Será que vale deixarmos de arriscar, pelo fato de perder algo e convenhamos, muitas vezes tememos perder algo que nem temos...
Será que vale a pena permanecer em um trabalho que não nos realiza profissionalmente, pessoalmente e financeiramente?
Será que vale a pena nos mantermos em convívios que já não nos agregam nada de positivo, ao contrário, só de pensar que estará presente junto a determinadas pessoas, sente-se um peso nos ombros, um cansaço descomunal e um desânimo que por mais que tente mudar, não se consegue fugir?
Então, se realmente quer um Ano novo, faça novo tudo aquilo que soa como velho e se não for possível reformular, descarte-o, se desfaça de hábitos, medos e costumes.
Eu sei, não é fácil e não será da noite para o dia, mas tem que começar.
Não digo aqui, para que seja irresponsável e simplesmente jogue tudo para o ar.
Eu sei que tem que considerar família, para quem é responsável por uma, compromissos financeiros, para que os tem em andamento.
Então, programe-se, planeje-se e estabeleça prazos para essas mudanças.
Acredite em você, em seus sonhos e em seus projetos.
Acredite que o novo ano pode trazer um novo você e aqueles que estiverem verdadeiramente ao teu lado se sentirão tão bem com a mudança quanto você se sentirá.
Não dê tanta atenção aos queridos que lhe dirão que não é momento, que é arriscado demais. Eles não o farão por mal, mas o farão por te querer bem.
Mas, eles jamais perguntarão se o que eles te pedem é o que te fará bem dentro daquilo que tem como o melhor para você.
Arrisque, dê um passo para um terreno que sempre ficou sentando em sua cadeira apenas observando.
Levante-se, pise nesse campo tão desconhecido, caminhe sem pressa e tente ver até onde vai sua extensão.
Leve consigo seus sonhos e os sonhos de quem você ama.
Leve consigo somente aquilo que acredita ser necessário, não leve bagagem demais para essa viagem, peso extra te fará cansar mais rápido e terá que ter energia para ir além dos limites que sempre foram impostas por tantas e tantas gerações.
É outro tempo agora, é outra realidade, o que servia alguns anos atrás hoje se tornou peso extra, tente se livrar deles.
É chegado o momento em que tem que decidir como você quer continuar vivendo, em que condições quer fazê-lo e terá que ter coragem para enfrentar muitas coisas, mas principalmente, enfrentar a si mesmo.
Quebre as correntes que te aprisionam ao passado e mergulhe na maravilhosa experiência do inesperado que te reserva o Novo Ano...

"Desejo a todos os amigos, que o próximo ano seja a oportunidade de mudarem aquilo que sintam a necessidade de mudar, de aprimorarem e melhorarem aquilo que acreditam que seja o melhor para cada um e que o universo proporcione as oportunidades necessárias e sabedoria para que as percebam e as tornem realidade. Um novo ano, repleto de muita PAZ, FORÇA e ALEGRIA..."

                                                                                                                   KARL MOT

Quando chegou o amor - Continuação


Dois anos se passara e eu guardava o meu segredo. Nem mesmo ao meu melhor amigo eu contei, mantive meu silêncio, continuei ouvindo suas muitas decepções afetivas, enxuguei por várias vezes suas lágrimas e em silêncio, engolia as minhas.
No decorrer desse tempo optei por me distanciar um pouco e tentar superar esse sentimento, pois, sabia que ele jamais seria correspondido e a cada oportunidade que ela tinha de chorar suas dores em meu ombro, mais claro e evidente isso se tornava.
O sentimento não havia sumido, mas de alguma forma o sentia mais calmo.
Havia momentos em que me batia o sofrimento, mas não era mais como antes, todos os dias.
De repente ela passou a estar mais próxima. Quando eu chegava à escola, ela vinha ao meu encontro, me cumprimentava com um beijo no canto dos lábios, me abraçava e caminhava comigo até à sala de aula.
Eu me sentia confuso, não sabia se ela estava apenas brincando comigo, se estava apenas mostrando para as amigas que teria sempre alguém à sua disposição ou se eventualmente ela havia deixado de lado uma suposta preocupação com sua imagem, uma vez que era uma das meninas mais bonitas da escola, uma das mais cortejadas por tantos outros garotos.
E com esse comportamento, apesar de todas as minhas dúvidas e inseguranças, não consegui impedir que o sentimento que até pouco tempo se mantinha suave, retornasse com toda sua força, provocando novamente toda a dor que já havia causado antes.
Final de ano chegou, os alunos, cada qual com os pratos preparados por suas mães nas mãos, um a um entrava na sala, colocava-os sobre a mesa do professor e após uma algazarra louca, com mesas e cadeiras sendo arrastadas para organizar a sala para a festa de despedida, todos sumiram para o pátio e quadra. Eu permaneci lá, não estava interessado em ir para quadra ou nem mesmo estar ali, mas, era preciso que eu estivesse, não podia faltar, meus pais não deixavam faltar à escola.
Então, ela entrou linda e única.
Parou próximo a porta. Por alguns segundos ela ficou ali e olhava para mim, eu sentado sobre uma das mesas, senti que meu coração disparara. Senti exatamente o mesmo que da primeira vez que a vi. Ela sorriu, colocou a travessa que carregava sobre a mesa, organizou os pratos já organizados e caminhou até mim, me cumprimentou como se tornara seu hábito com um beijo no canto dos meus lábios. Afastou seu rosto lentamente, olhando diretamente para os meus olhos, virou-se e foi até o toca-fitas que estava sobre uma das cadeiras no outro canto da sala.
Ah! Vocês talvez jamais conseguirão imaginar o que senti naquele momento.
A música começou a tocar, a lembro absolutamente inteira até hoje, os acordes, as melodias, a harmonia entre os arranjos instrumentais e a voz da cantora, somente eu e ela na sala, - nesse instante sinto até mesmo a fragrância do perfume que ela estava usado, é a memória olfativa... - e ela caminhava lentamente em minha direção, somente eu e ela, ninguém mais. - O mundo deixou de existir novamente e ainda deixa cada vez que me pego mergulhado nessas lembranças. - Ela parou diante de mim, pousou suavemente suas mãos sobre minhas pernas, beijou meu rosto, segurou minha mão e lentamente me puxou para que descesse de onde me encontrava. Quando me pus em pé, ela me envolveu em seus braços e começamos a dançar. 
Um aperto em meu peito parecia que iria esmagar meu coração, um nó em minha garganta me dava a impressão que me asfixiaria de tanta emoção e as lágrimas que queriam brotar em meus olhos me impedia de ver nitidamente qualquer coisa além de nós.
Nesse momento, entra na sala um dos professores, o professor de matemática para ser mais preciso, instantaneamente ela me deixa e corre em direção a ele, o abraça e o cumprimenta, simplesmente sai da sala, como se eu não estivesse ou nunca estivesse estado ali.
Me contive, o rosto enrubescido, totalmente apático e sem jeito no canto da sala.
O professor percebeu, olhou para mim, esboçou um sorriso encorajador, mas, hoje sei que em seu olhar tentava me dizer, eu sei o quanto dói.
A música continuava tocando, a lembrança da forma como ela me envolveu, da sua respiração em meu rosto, do perfume que exalava de sua pele, da intensidade do olhar enquanto ela me conduzia pelas mãos para longe das mesas... Tudo ficou vivamente impresso em minha memória por muito tempo, por muitas e muitas vezes chorei, sozinho em meu quarto.
Pela segunda vez, vi o meu grande amor simplesmente partir e me deixar com a dor de amar só para mim.


Quando chegou o amor - I


Eu tinha aproximadamente doze anos de idade quando conheci o amor. Parece cedo demais, mas hoje ao olhar para o passado e trazer a memória a intensidade daquele sentimento, afirmo que foi o melhor momento em que isso poderia ter acontecido.
Eu acabara de mudar de escola e me matricular em uma das escolas mais conceituada da cidade, ficava localizada na região central e logo que cheguei pude observar a diferença das realidades entre  os alunos e eu. Era um universo totalmente diferente.
No primeiro dia de aula, apenas observava, houve três ou quatro outros alunos que se aproximaram e me fizeram às boas vindas, me apresentaram a escola e seus espaços, um deles se tornaria um dos meus melhores amigos por muitos anos. Durante o passeio de reconhecimento do meu novo ambiante, passei por uma garota que no primeiro contato entre nossos olhos despertou em mim algo que até então, não havia sentido.
Lembro-me claramente, como se tivesse acontecido algumas horas atrás.
Toda a realidade à minha volta, parecia ter deixado de existir. Os sons não mais chegavam aos meus ouvidos, meu coração por instante pareceu ter parado de bater, minha respiração se tornou secundária na necessidade primordial de continuar a viver. Simplesmente, o tempo parou.
Enquanto ela caminhava em direção contrária, eu não conseguia piscar, eu a acompanhei e conseguia observar cada detalhe de seus movimentos. Os olhos grandes e negros, intensos. Os movimentos delicados de suas mãos, quando de vez em quando seu indicador cortava delicadamente o ar, como se quisesse desenhar flores no vazio, seus cabelos longos e tão negros quanto teus olhos balançavam de um lado para o outro, parte deles sobre seu ombro direito, a pele morena quase cobre, sua cintura fina e os movimentos de suas pernas durante os passos era como uma coreografia muito bem ensaiada para uma dança do universo. Eu apenas a amei naquele instante.
Para a minha alegria, quando tocou o sinal para entrarmos em sala, pude vê-la chegar segurando seus cadernos com o braço direito e na mão esquerda uma folha de caderno cuidadosamente dobrada. Sentou-se ao meu lado. Eu sem me dar conta, continuava hipnotizado e acompanhando cada movimento seu, até que ela me olhou e apenas sorriu. Eu não tenho certeza se sorri de volta imediatamente ou se levei alguns anos para isso, pois, quando me dei conta, ela ainda estava olhando para mim, com um sorriso ainda no rosto como se esperasse alguma reação ou ação da minha parte. Então, nesse momento eu posso afirmar, eu sorri de volta. Ela virou-se para a frente, abriu seu material e concentrou-se no professor. Fiz o mesmo.
Os dias foram passando, inevitavelmente houve uma aproximação, conversávamos muito sempre que tínhamos oportunidade, quando eu não estava com ela, estava na quadra jogando futebol.
No decorrer daquele semestre, nos aproximamos muito, conquistei a confiança  dela e procurava o tempo todo esconder aquele sentimento tão intenso que sentia, não queria correr o risco de afastá-la de mim, sabia que sua realidade era bem diferente da minha e que minhas chances seriam muito menores do que as que eu acreditava ter e não só para ela, mas para todos os meus amigos que não perdiam a oportunidade de me questionar se eu estava namorando com ela (Naquela época, não existia o termo, ficar...) e eu sempre negava, então, eles me infernizavam dizendo que eu estava apaixonado por ela, o que eu negava piamente. 
Minha amizade com ela se fortificou tanto, que caminhávamos de braços dados no intervalo e na saída da escola, quando então, ela seguia para a casa da avó que ficava do lado oposto ao qual eu iria. 
Em uma tarde, quando saímos mais cedo por causa da falta de um professor, percebi que ela não estava em meio aos alunos que se dirigiam para o portão de saída, passei a procurá-la e a vi entrar no banheiro feminino. Retardei meus passos para escapar dos meus amigos e dei meia volta e me dirigi ao banheiro masculino que ficava ao lado, sendo separado pelos vestiários. Fiquei na verdade, parado na porta, como se estivesse esperando alguém, para disfarçar que na verdade esperava por ela. Quando ela saiu, fingi que também estava saindo, sorri para ela e ela sorriu de volta, percebi que seus olhos estavam inchados e molhados, ela havia chorado.
Isso provocou em mim um sentimento que não sei definir até hoje. Talvez raiva de vê-la sofrendo e eu não ter impedido que isso acontecesse, talvez pena pelo simples fato de vê-la triste ou no mais egoísta de mim, encanto por ver aqueles olhos tão lindos brilhando devido as lágrimas mal secadas.
Perguntei então o que havia acontecido e ela me confessou que estava apaixonada por uma pessoa, mas sabia que essa pessoa não gostava dela, que mentia e que brincava com seus sentimentos. Tentei tranquilizá-la, ajudá-la a compreender aquele momento e tirar seu foco dessa imagem que causava seu sofrimento, mas, não adiantou, ela então se aprofundou no assunto e se revelou como eu jamais havia pensado, enquanto ela chorava e derramava sobre mim suas mágoas causadas por esse rapaz, eu sentia meu coração congelar de dor, eu jamais tinha pensado nela com outra pessoa, na possibilidade dela amar outro rapaz, e ouvir  sua dor me rasgava o peito.
Depois de muito conversar ela seguiu seu caminho. Eu me virei e sair a caminhar sem pressa, pensava no meu grande amor que acabara de deixar comigo a sua dor e plantar em mim o outro lado do sentimento que então chegou.

Por onde meus passos me levarem

E assim vivo por muito anos, apenas, coloco um dos pés para fora do portão e a partir daí, eu vou por onde meus passos me levarem...



Retrospectiva dos lugares em que estive 2012

Feliz Natal!!! Um vídeo com as fotos dos lugares por quais passei nesse ano que se finda. Ás vezes sozinho, em outras em companhias tão encantadoras que minha vontade seria de parar o tempo, mas, seria injusto se o fizesse, pois, quantas mais emoções me privaria e privaria quem estivesse comigo de viver... Abraços...


Mensagem de Natal 2012


E mais uma vez todos se mobilizam para as comemorações de Natal.
Uma data que deveria ser a simbologia e representação do renascimento, transformação, evolução positiva e expressão de uma nova fase onde o amor verdadeiro sejam o norte de nossas ações.
Então, que assim seja.
Que possamos alimentar em nosso ser todo o amor, carinho e a emoção que nesse momento invade nossas existências.
Que possamos todos os dias a partir de agora, esboçar um sorriso a quem encontrarmos no caminho pela manhã seguinte, independente de conhecer a pessoa ou não, mas com a certeza de que esse sorriso poderá mudar a vida de quem cruzamos na estrada.
Que possamos ter mais gestos gentis, que possamos ajudar mais naquilo que estiver ao nosso alcance, seja, ajudar uma senhora com uma sacola pesada, seja salvar uma vida.
Que possamos, em todos os ambientes que nos fizermos presentes levar algo de bom e positivo e ao sairmos deixar lá um brilho para todos, mesmo que ao sair saibamos que encontraremos escuridão.
Que possamos olhar o outro dentro de seus olhos e vermos além do que eles nos mostram.
Que possamos ouvir as palavras daqueles que sentem a necessidade de falar, e ainda que não digam, que possamos ouvir aquilo que sussurra o seu coração.
Que possamos permitir sermos abraçados e em retribuição, que possamos abraçar verdadeiramente ao outro e não aquilo que ele eventualmente possa nos oferecer.
Que possamos ser leais e verdadeiros não só com os que nos cercam, mas principalmente conosco, de forma a não querer nos enganarmos e alimentarmos emoções que não fazem mais sentidos serem alimentadas.
Que possamos nessa data nos libertarmos de tudo aquilo que nos feriu, trazendo somente as lições que essas experiências nos trouxeram e então, renascermos em nós mesmos, naquilo que temos de melhor.
Que possamos transformar as imagens que nos causam sofrimentos, mágoas e rancor e assim iniciar o novo dia, transformados em compreensão, tolerância e carinho.
Que possamos renascer, renovados na força e energia positiva que habita em nós e assim, fazer o melhor no que temos que ser melhor, que possamos ser mais justos diante das injustiças que são cometidas conosco ou diante de nós.
Que seja o Natal, não somente uma data comercial e nem somente uma data religiosa. 
Mas, que seja o Natal, a realização da transformação que sempre desejamos, que seja o Natal não somente a simbologia do nascimento de um Cristo, mas principalmente, o renascimento do Cristo em cada um, sem sua representação pessoal, em suas atitudes positivas para outros, em sua dedicação, comprometimento, empenho e desejo de fazer sempre o melhor para todos, porque no universo, o que impera é a lei do retorno, a lei da ação e reação.
Então, faça por outro e terá para si aquilo que foi feito. 
Que tenhamos todos, um ótimo Natal, repleto de Paz, Força e Alegria.
                                                                                                             Karl Mot

Minha namorada


Minha namorada tem um sorriso lindo e carinhoso, tem todo um jeito especial de dizer o que sente, tem uma forma só dela de me chantagear e conseguir do seu modo os carinhos e caprichos que tanto gosta.
Minha namorada tem um jeito criança de ser mulher, todos seus toques parecem mostrar-lhe algo novo, dá-se a impressão de que pela primeira vez sentiu-se tocada, olha para si como se pela primeira vez visse seus olhos refletidos no espelho, como se nesse momento visse a própria alma.
Alma que viaja pelos tempos, espaços e distâncias, alma que se assusta quando acorda desse dom de viajar, vagar, perambular pelos seus mundos e ver o que quase ninguém enxerga.
Alma que às vezes se assusta e chora pela força do amor que sente.
Amor que não consegue definir.
Amor que de tão certo, torna-se a maior de suas dúvidas.
Amor que por vezes se torna ódio apenas por amar.
Amor que não responde por si e nem por ninguém.
Minha namorada é simples, encantadora e maravilhosa.
Torna-se complexa devido a sua complexa simplicidade.
Minha namorada exige coisas simples, mas muitas vezes difíceis de corresponder, pois, a vaidade de amar por vezes sufoca.
Sufoca sua liberdade, sufoca sua fome de viver,
sufoca sua vontade de ser, ser apenas ela.
Minha namorada chora e faz chorar minha alma, porque por mais amor que eu lhe dê não consigo demonstrar tanto amor que lhe tenho e mesmo que me cause dor, permito que ela vá, que ela parta porque sei, que mesmo sem ela ao meu lado, ela sempre a minha eterna namorada.

A tempestade, o anjo, eu e você


Soprava forte o vento, as árvores fortes e grandes não resistiam e dobravam-se impotentes à fúria invisível que a tudo envolvia.
Eu caminhava desorientado em busca de um abrigo, um porto seguro onde pudesse descansar o corpo surrado, suado e ferido, cansado de tanto andar sem ter onde chegar.
Procurava enxergar com os olhos entreabertos, tentava mesmo tendo a impressão de que havia um véu frente às minhas vistas, ver algo à minha frente que não fosse a escuridão que lentamente cobria a tudo e todos e que mostrava quão inútil seria tentar fugir daquela situação.
Já esgotado e sem mais forças para continuar minha busca, pensava em me render e permitir que aquele turbilhão de águas, imagens, devaneios e o desespero me levasse para onde quer que fosse.
Já tendo o corpo curvado, um dos joelhos não suportando mais o peso dobrou-se ruidosamente chocando-se contra o chão, a dor subiu por todo meu corpo, senti que aquele poderia ter sido meu último passo num caminho que acredito não tivesse escolhido trilhar, quando senti uma mão que segurou firme o meu braço.
Levantei o rosto num último esforço, já com os olhos lacrimejantes para ver quem poderia estar ali, mais uma alma errante, mais um corpo destoante da realidade triste que me envolvia. 
E como se um raio penetrasse através dos meus olhos sem brilho e quase sem vida, tive a impressão que um raio teria atingido meu coração. Fui envolvido por um calor confortante, senti meu corpo tornar-se leve, como se não mais tocasse o chão.
Me vi suspenso no ar, acima do vento e da tempestade que aos poucos minava minhas forças e como num passe de mágica, diante de mim revi toda a minha vida.
Via minhas fraquezas, meus defeitos, meus raros sucessos e inúmeros fracassos e no resumo de toda a minha miserável e curta vida, pude observar o quanto aprendi e cresci nesse tempo tão breve que me passou despercebido. Percebi o quão forte me tornei, forte o suficiente para baixar o olhar e permitir uma lágrima rolar, para reconhecer meus defeitos e o muito que tenho que aprender, forte para ouvir mais do que falar, para me calar e com um sorriso retornar as ofensas e feridas que tantos insistem em me causar, forte o suficiente para gritar uma prece que acabara de inventar e agradecer ao anjo imaginário que eu criara por me mostrar que ninguém é tão insignificante quanto se queira acreditar, forte o suficiente para aceitar que faço parte de algo muito maior e assumir a responsabilidade de tornar melhor não só a minha vida, mas a vida de todos que por algum motivo meu caminho cruzar, seja por um segundo, no sorriso de um bom dia, seja por um dia na partilha de compromissos, seja por uma semana na jornada de um trabalho, seja por um mês no trajeto diário, seja por um ano por uma missão desconhecida ou seja pela vida inteira para a maravilhosa odisséia de descobrir o universo de quem está ao lado.

(Texto escrito em 04/12/03)



Simples sentido


De repente uma nova emoção me faz dar à vida um sentido diferente. Sigo a esmo pelos caminhos que as circunstâncias de atos impensados me levaram um dia.
Relembro em cada esquina os momentos ali vividos, decisões ora tomadas. Relembro e penso seriamente nas palavras que alguém com boas intenções me disse em algum momento em que nos encontramos apenas pela conveniência de não estarmos sozinhos.
Porém, por essa conveniência toda uma vida se transformou e ainda se transforma.
Finjo acreditar nos devaneios que em minha mente circulam sem sentidos, na tentativa de sentir meus sentidos se perderem em dispersas direções e o faço apenas por diversão, pois tudo agora, apesar de uma suave sensação de confusão que invade meu ser, tudo parece tão claro, como jamais pareceu.
Olho ao redor e tudo o que vejo é aquilo que quis acreditar estar vendo, mas que se mostram tão diferentes agora e apesar de ver as mesmas coisas de sempre, nunca me pareceram tão claras e reais como nesse momento.
Me esforço para colocar novamente na frente dos meus olhos a fumaça turva que distorcia a imagem que fazia de mim. Mas em vão, não se pode apagar aquilo que de alguma forma ficou gravado em um ser. Nada volta a ser o que era, depois de experimentar algo nunca experimentado.
A satisfação e uma alegria, que antes eram fingidas por mim e que no mais profundo da minha consciência eu sabia que não existir. Hoje flui e vibra por todo meu ser.
O mundo que me cerca, nada tem do mundo que me cercou. Faço questão de esquecer tudo aquilo que queria negar e insisto em lembrar que meu corpo não está mais cansado, minha mente não está mais exausta e que não devo adormecer para alimentar meu torpor e acordar depois querendo acreditar que esta reflexão foi só mais um sonho de uma vida embriagada.
E hoje eu sei, que ainda que transcorra o tempo, que caia incessante a chuva, que sopre furioso e incansável o vento, que o sol queime em toda tua intensidade.
Ainda que com a razão eu seja impiedosamente repreendido.
Que com as melhores das intenções irremediavelmente injustiçado.
Eu sei que o tempo continuará a correr sem se importar.
A chuva cairá forte ou suave sem se preocupar se suas gotas farão arder as feridas.
O vento em algum momento soprará menos furioso, mas, não levará a minha dor e nem minha vergonha.
O sol por vezes se esconderá, mas não deixará de queimar minha face no novo amanhecer.
Lembro-me:
Nada mudará se eu apenas lamentar e planejar, o tempo passará, a chuva cairá, o vento soprará e o sol continuará a brilhar, então, levanto minha face, apaziguo meu coração, suavizo meu semblante e encaro a vida com tudo o que ela me oferece para viver.

(Texto escrito em 17/07/2006)

Eu tento, por você


Eu tento, tenho tentado e me esforçado em mudar. Não tento mudar quem sou ou deixar de ser quem sou, apenas tento mudar aquilo que em mim não é forte, aquilo que em mim já me feriu demais e sempre machucou.
Eu tento superar aquilo tudo que sempre tem me limitado, tento viver e realizar tudo o que um dia meu coração sonhou, tento superar minhas resistências, minhas limitações e meus medos, tento te agradar com gestos, palavras e em meus olhos te fazer ver o novo eu que minha alma se tornou.
Danço músicas sem jamais ter dançado, admito fraquezas que nem diante do espelho me atrevia em momento algum aceitar que existiam em mim. Aceito a mentira em que sempre vivi, me enganando e me escondendo em personagens de histórias sem fins.
E eu ainda tento, como sempre tentei desde o início te oferecer e viver com você o melhor de mim, mesmo quando sempre soube que não consegues ver o bom em mim e ainda que se esforce para vê-lo, não consigo te dar segurança para nele acreditar.
Mas, acredite, me esforço, vou além do que eu jamais pensei que poderia ir, mudei sonhos, planos, jeitos e trejeitos apenas para que percebesse que tenho tentado e tento te mostrar que não sou o menino sonhador que imagina que eu ainda sou.
Sei que estou muito aquém do homem que talvez busque para viver, mas, eu tento ser melhor a cada dia, para estar à tua altura e poder de olhos voltados ao horizonte caminhar lado a lado com você.
Eu tento e confesso que às vezes me faltam forças, que penso em desistir, que não sou ideal para você, mas o coração não deixa, não aceita e então reúno minhas forças, engulo meu orgulho e faço aquilo que acredito seja o mais difícil para alguém, que é aceitar e admitir que há muito a ser melhorado, aceitar que não é quem acredita ser, acreditar que muito tem que crescer e deixar de lado elogios educados e gentis para aceitar a crítica e retirada das máscaras atrás das quais sempre me escondi,
pois, somente assim poderei deixar de tentar e definitivamente conseguir me tornar alguém que possa te fazer confiar mim e sem medos se entregar.