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O início dos sonhos e o fim do ciclo


E alguns dias passaram, ele se ausentou como se fez necessário, se afastou das pessoas que estavam ao seu lado naquele momento e se refugiou onde tudo começou, as pessoas que o receberam lá, tidos como família, também não sabiam quem era ele, o viam como a todos os demais, jamais se quer desconfiaram que ele tinha total consciência de como e porque surgiu entre eles.
Passou a semana analisando e refletindo sobre a conversa tida com aquela que lhe é tão especial, revivia e revisava cada palavra dita por ela, ele sentia que mesmo sendo aquele momento decisivo, ainda tinha que ajudá-la a compreender algumas coisas, independente se estariam juntos novamente ou não, mas ele tinha que encontrar uma forma, mesmo não estando presente fisicamente, de ajudá-la a realizar a lista de sonhos e objetivos que um dia criou. Teria que fazer isso sem levantar suspeitas. Conversou com seus mentores e conseguiu autorização para influenciar os envolvidos e as pessoas necessárias para essas realizações, limitando a escolha de ajudar na realização de três desejos que constavam na lista, mas, em contra-partida, teria que assumir um novo desafio e esse novo desafio teria que ser cumprido sem alteração do prazo de vida que ele tinha consciência de ainda restar e que somente seria prolongado se encontrasse aquela que o complementasse. Ele encontrou três pessoas que o complementavam, mas elas não compreenderam sua forma e jeito de ser, ele pensou em revelar a verdade, mas não foi autorizado e também não tinha autonomia para influenciar ou interferir nas interpretações e decisões dessas pessoas, a não ser através do dialógo e argumentação, como todo ser humano.
Passado a semana, retornou, a convite da pessoa teve novamente a oportunidade de estar ao teu lado, ele não tinha mais o direito de insistir, pedir ou criar uma forma de permanecer, cabendo somente a ela essa liberdade. Ela não tinha a menor idéia de que a vida dele estava diretamente relacionada as decisões que ela tomava. Mesmo assim, ele se colocou sempre ao teu lado, ainda que ela não compreendesse suas atitudes e ele não pudesse dizer a verdade, cada ato dele era necessário para levá-la pelo caminho necessário para o início do processo de realização de um dos desejos, aquele que acreditava ser o mais importante de todos.
Feito isso, chegou o momento em que novamente deverá se afastar dela, sofre com isso, mas não com o peso negativo, mas apenas o sofrimento de não poder estar ao lado de alguém tão especial para presenciar a realização de algo tão lindo e que dará um novo sentido em toda a vida dessa pessoa.
Ela não se dá conta, mas muitos de seus medos, receios, inseguranças deixarão de existir a partir do momento que o processo de realização de seus sonhos se iniciar.
Eles conversaram novamente, ele apesar de saber que não deveria, insistia em silêncio alimentar a esperança de que ela pedisse para que ele ficasse, seria a única forma permitida. Mas, ele sabia que isso era possível, mas não provável. E assim, após as conversas, ele em silêncio separou suas coisas. Já estava tudo certo quanto para onde iria, o universo e seus mentores já haviam preparado a continuidade de seu caminho. Dias depois, definidas algumas coisas necessárias para o andamento do processo de realização dos sonhos, pegou suas coisas, discretamente, sem alarde e com um sorriso sem graça nos lábios, despediu-se daquele que era o único que o compreendia e sabia quem era ele na verdade, despediu-se do gato de estimação, que pelo universo fora colocado junto a essa pessoa para ampará-la quando ele não mais estivesse ali, se despediu e seguiu seu caminho, se preparando para o próximo desafio que estava próximo a encontrá-lo, mas que poderia ser adiado caso ela pedisse para que ele permanecesse ao teu lado, se esforçando e buscando compreender as coisas de uma forma diferente do que fizera até então, se esforçando para tratá-lo de forma diferente da qual ela sempre o tratou... Mas isso era algo que ele deixava por conta da força maior, deixou na influência do universo para que este decidisse a conveniência ou não deles seguirem, lado a lado a mesma trilha...

O outro lado do amor



Muitas vezes nos colocamos em condição de amar, então, amamos, nos entregamos, buscamos ainda que entre acertos e erros, nos adequar, flexibilizar, anular e fazer tudo o que acreditamos ser possível para corresponder aquilo que esperam de nós, mesmo quando não sabemos exatamente o que esperam.
E muitas vezes também, acontece de tudo isso parecer em vão, por mais que façamos, por mais que tentemos, por mais que nos esforçamos há sempre algo a ser interpretado e julgado como erro em nossas atitudes, há sempre a necessidade da outra pessoa em encontrar um defeito e por mais que explique nós não conseguimos encontrá-lo também e nas vezes que concordamos e encontramos realmente um equívoco na atitude, não há da outra parte a flexibilidade e compreensão, não se é levado em consideração sua intenção.
Ao contrário, vale-se mais exaltar o negativo no equívoco do que  o positivo da intenção, se são fatos esporádicos é compreensível, mas quando em todas as ações a outra pessoa reage da mesma forma, buscando sempre o negativo da ação, não acredite que o erro é cem por cento seu, há na outra pessoa uma parcela de egoísmo, egocentrismo e talvez até mesmo a necessidade de auto afirmação, uma vez que precisa sempre encontrar um responsável por sua infelicidade, já que não consegue admitir que é infeliz e que suas atitudes decorrem do medo de se entregar e se envolver verdadeiramente, buscando sempre justificativas e subterfúgios para ver sempre o negativo nas ações do outro.
Muitas vezes inclusive buscando na imagem que cria em outras pessoas a segurança que busca, porém, na verdade se engana, porque a imagem idealizada na maioria das vezes não é correspondida, pois, é uma imagem criada por ela e não a pessoa idealizada. A figura de responsabilidade, seriedade, estabilidade vista, acreditada e aumentada diante da lupa das carências, criam um canal de fuga e a partir de então, todo e qualquer ato ou gesto da pessoa ao lado se torna ineficaz, pois, a idealização da outra pessoa e o medo de sentir verdadeiramente o que há em si, a impedem de ver, projetando nessa imagem idealizada o motivo para agir assim, mas com certeza viverá uma repetição, pois, o medo de amar leva sempre para encontrar e idealizar em outra pessoa a justificativa para não assumir e se comprometer com aquilo que se apresenta no momento e ao seu lado. A pessoa não percebe que não são as ações do outro que estão equívocada, mas, boa parte a interpretação dessas ações que são feitas de acordo com as comparações entre o presente e a idealização realizada.
Portanto, ame, não tema em tentar, não tema arriscar, mas atente-se para que devido a intensidade desse sentimento, assuma culpas e responsabilidades que não sejam suas e sim a projeção da frustração da outra pessoa que encontra nessa forma uma maneira de justificar a si mesmo o medo que não admite, buscando em outros a possibilidade de conseguir a segurança que não tem em si mesmo, ainda que a imagem que ofereça ao meio, seja de uma pessoa forte, decidida e independente.

Adventure




Ando pela luz da cidade sombria, meus pés quentes e descalços pisam pesadamente as frias calçadas silenciosas perdidas em seus eternos devaneares. Sinto a brisa gélida que pensativa me tira da reflexão de meus doloridos calcanhares, calcanhares estes que talvez tenham sido de Aquiles e que hoje parecem mais com aqueles que jamais voaram além dos limites impostos por uma rica pobreza de valores jamais questionados ou em outra hipótese demasiado tarde resolvi fazê-lo...

Ando pelo reflexo entorpecido de um sombra exposta em mais completa sobriedade, esbarro nos muros flagelados de um longo caminho percorrido e que hoje está em frangalhos ocultos na simplicidade complexa de uma idéia.
E entre esbarrões, tropeços e acertos quase sempre questionáveis, ando pela cidade que me parece um estreito corredor, corredor limitado por temores, receios, inseguranças e inseguros deuses. refugio-me no ilimitado espaço de meu quarto onde detestáveis barras, grades e janelas são queridas como se pudessem impedir a entrada do mais desejado fantasma.

Brisa, reflexão, calcanhares e chão. Aquiles, aqueles quem são?

Reflexo, complexo, flagelos de idéias, esbarrões, grades, janelas, para que são?



Deuses, fantasmas, passados, tudo em vão.

Sinto chegar ao fim o imposto na formação. Aquilo que aqueles não me deixaram questionar tiro de mim como que com a mão. Tudo o que de alguma forma descobri, provei sem usar fórmulas prontas que não eram obrigatoriamente o mesmo para mime em toda essa trilha, novos trilhos abri, desbravei sinuosos caminhos que por uma forçada casualidade, aprendi o que não sabia de mim.
No entanto, Ícaro parece acompanhar meu avanço e tão alto como ele vôo e por onde passo tudo se torna antiquado. Aquiles, aqueles, jamais me acompanhariam,Hércules, impossível de me impedir seria.
Decidi fazer o meu caminho, deixando para trás tudo o que aprendi e que não seria útil para mim e grito agora aos quatro ventos para quem queira ouvir.
Que venha Fênix, Zeus, Deus, que venha Angariel, Gabriel ou o Demônio, que usem artifícios, truques o que queiram.
Ninguém com discursos soríticos me calará, nenhuma muralha criada por antigos conceitos me barrará, nenhum oceano de valores envelhecidos meus sonhos afogará, nem mesmo a pior tempestade de uma hipócrita moral me impedirá de voar por sobre as colinas mais altas de meus pensamentos...
Continuo a caminhar sob a fraca luz, envolto pela neblina, contorno muros e salto obstáculos, chego ao ilimitado espaço do meu quarto olho em volta e fecho os olhos sobre mim a figura de um fantasma não sei se é Áquiles ou aqueles, Fênix ou Deus, anjos ou demônios ou se é apenas a lembrança de uma antiga paixão. Então, deito e adormeço...

Um novo caminho



Quando você sair para caminhar e o teu caminho se tornar frio e escuro, lembre-se que você está a desbravar um caminho desconhecido a cada vez que sai do seu esconderijo e está sujeito a viver novas experiências.
Lembre-se que cria um novo sentido a cada pessoa que por algum motivo, ainda que por um breve instante cruza sua trilha, que descobre coisas novas a cada nova imagem que penetra tua retina, mesmo quando não se dá conta disso.
Esteja com sua atenção voltada a tudo , pois quando sopra a brisa ela traz sussurros de um passado, mas também sons de um futuro e aí pode ser que seu caminho se torne menos frio e estreito, pode ser que toda a escuridão se torne menos densa.
Perceberá que tuas vistas estavam envolvidas por uma neblina que te impedia de ver a sua volta como realmente é a realidade, fazendo com que interpretasse e agisse somente com base naquilo que os sentimentos de medo e insegurança que te envolviam devido a torpe visão te faziam acreditar como verdade absoluta.
E como um suave raio de Sol aos poucos a neblina se dissipará definitivamente e te permitirá ver além daquilo que sempre viu, será difícil aceitar que tudo o que sempre defendeu e acreditou estava equivocado, mas perceberá que todo um futuro poderá ser jogado fora se insistir em manter aquilo que sempre teve como verdade sem antes ponderar a possibilidade de que a nova realidade é possível.
Quando olhar para o seu próprio mundo verá que é muito mais do que sempre acreditou ser, e perceberá que o que sempre foi dito a você, quando você contrariava, era exatamente o que já sabia, porém, não aceitava.
Verá que todas as virtudes mostradas para você , que negou, são sua essência e sempre lutou contra elas o que sempre te fez mal e te impedia de ver o melhor em si e nos outros, verás e aceitarás que é mais forte do que jamais pôde supor ser e é preciso ser muito forte para aceitar um sentimento tão intenso como o amor, aceitar e se entregar, superando os próprios medos, inseguranças e associações com as experiências do passado.
Verá que ser forte não é ser uma pessoa fria e distante, não é estar sempre na defensiva, vendo e analisando tudo a partir daquilo que há de ruim, mas acreditar, arriscar e apostar no que há de positivo na situação e nas pessoas envolvidas nela.
Quando sair para caminhar, só e os pensamentos invadirem tua mente, não aceite e acredite na primeira idéia que vier com eles, pense que a brisa sussurra para você que pode acreditar na força que há dentro de si, na força do amor que pulsa e pede para ser libertado, no amor que grita para que dê uma chance a você de viver intensamente um sentimento que há tanto tempo você evita e luta consigo para acreditar que não é possível, lembre-se que toda a solidão, medo e a falsa sensação de conforto por estar só te faz sofrer e mesmo quando sorri junto as outras pessoas, teu olhar mostra que não está feliz e somente alguém que tenha sensibilidade para ver além do seu olhar pode perceber e compreender isso, porque já percorreu o caminho que você percorre hoje.
Quando estiver triste, lembre daquela pessoa que compreende além do que mostra o teu olhar, dessa pessoa que mesmo diante as mais intensas tempestades se manteve ao teu lado, ainda que calado, aquela pessoa que quando tudo desabava sobre si, mesmo em meio a uma tormenta e desespero tentava desesperadamente permanecer junto de você. Quando estiver triste se atente para descobrir o que realmente te entristece, talvez imagens associadas de um passado muito presente ainda, que influi e interfere na sua vontade de viver o presente, mas tenha consigo a idéia de que somente o presente e o futuro podem mudar o que sente e para isso terá que continuar a caminhar, criando um novo caminho, uma nova experiência, terá que fazer diferente aquilo que sempre fez, para que possa traçar um caminho que te leve para um destino diferente e não apenas criar um novo caminho, que no fim te fará chegar sempre no mesmo ponto de partida. Terá que ter coragem para amar, para sentir e se entregar sem limitações para viver algo novo e então se libertará e poderá novamente reencontrar o maior amor de todos, o amor por sí.

Karl Mot

A eternidade de um instante


Segure minhas mãos e 
leve-me ao infinito de teu ser.
Coloque-me como queiras para que eu 
possa olhar na imensidão dos teus olhos e
viajar na eternidade dos instantes com você.

Cante para mim uma canção e
faça-me dançar na suave melodia de tua voz.
Grite com toda intensidade para acordar em mim
aquilo que  há tempos encontra-se adormecido.

Simplesmente me abrace e faça de uma simples noite
a mais importante de uma vida inteira,
faça de uma noite que passaria despercebida pelo tempo
a noite que jamais encontrará o novo dia dentro de minhas lembranças.

Faça de uma vida que é levada pelo vento
aquela que cavalga nas cristas das ondas do tempo,
leve-me ao lugar mais misterioso de teu coração 
aquele lugar que nem mesmo os pensamentos em encontrarão...

Espelhos



Não olhe para mim
como se eu fosse um estranho,
não me condene com base nos seus defeitos.

Não queira definir meus passos
olhando para as suas pegadas,
não tente descobrir os meus pensamentos
espiando por baixo da coberta que aquece os teus pesadelos.

Nós dois sabemos que somos parecidos,
então, porque nos acusarmos de forma tão infantil?
As diferenças que existem são cortinas de fumaças
que usamos para não admitirmos tantas afinidades.

Vamos olhar para trás e vermos que cada qual teve sua experiência,
vamos compreender esses fatos e tentar
usá-los para vivermos o presente e não o passado.

Não olhe para mim como se sentisse pena, com essa expressão de ironia,
isso é apenas uma forma hipócrita de negar aquilo com o que se identifica em mim.

Então, vamos usar as diferenças para crescermos,
as afinidades para nos amarmos e a
sinceridade para nos tornamos nós e deixarmos de ser eu e você.


Eu sei


    

Eu sei como você está, isso porque é difícil aceitar que o Sol já não é mais o mesmo.
Às vezes penso que sei como você está, mas de repente tudo já mudou e o medo de cantar uma canção de amor me faz sofrer, então, apenas te chamo para dançar e o amor mais uma vez me escapa pelos vãos dos dedos.
Mas eu sei que nem sempre será assim, então, crio coragem e seguro o telefone para te ligar, mas não sei lhe dizer como me sinto só, mas sei dizer como você está.
E o medo de amar por amar, sofrer por sofrer e sonhar por sonhar, faz eu me sentir como as ondas do mar que nadam por nadar. Sussurro meias palavras sem coragem de confessar e no silêncio que corta minhas frases apenas te convido para dançar.

E em meios aos lentos passos que damos, enquanto as luzes giram suaves no salão, sinto minhas mãos escorregarem por tua pele, sinto o hálito morno que escapa por entre teus lábios e aquece o meu pescoço, sigo sem saber o que dizer, mas sei exatamente com você se sente.
Dançamos, sussurramos, você sorri das coisas que eu digo, eu forço um sorriso para não dizer que te amo.
A música acaba, você se afasta, nossos olhares fixam-se um no outro, sinto que você espera que eu diga algo, sinto que você sabe aquilo que há tanto tempo tento esconder, mas as palavras me fogem, se escondem e seguro tua mão, a levo até a mesa, paro novamente diante de você e sem dizer uma palavra te beijo. Um instante em que o mundo parou para mim, nada na mente, nenhuma palavra para que eu fique procurando, apenas o sentimento, o desejo, a vontade e o sonho. Afasto meus lábios dos teus, olho para você e vejo em seu olhar um brilho que há muito eu queria encontrar. Você não precisa me dizer nada, eu sei o que você quer dizer, eu sei como se sente, mas vamos viver esse momento, o amanhã não quero saber o que será, já sei demais vendo o teu olhar, vamos ter essa noite como se fosse única, não me pergunte ou me responda nada, apenas, deixe-me sentir tudo o que podemos viver nessa noite.

A força que há em você






Antes que o desânimo te derrube por causa de um amor incompreendido, levante o teu olhar e olhe para você, sinta o que há dentro de seu ser, há uma força que ao superar a barreira da desilusão te fará ver que antes que as lágrimas de dor que rolaram no escuro do teu quarto por causa desse amor, foi plantada a semente da esperança para que possa perceber que o relacionamento acabou, mas não o sentimento que há em você e que vale a pena acreditar na vida, na beleza da vida.
E que nada poderá te derrubar e quando sentir a força que existe em você, irá superar todos os obstáculos e antes que se aprisione em sua própria dor, olhará para o horizonte e sentirá essa força que te liberta e protege, que te faz sonhar e que não se abala diante de uma lágrima de dor e mostrará que nem o mundo de solidão que te cerca é capaz de matar teus sonhos e desejos, basta olhar para a beleza de tua essência e sentirá a força que lá dentro lateja e pede para ser libertada e que te acompanhará sussurrando para você quanta vida você tem e quantas coisas maravilhosas há para viver, levante o teu olhar, olhe para você, seja feliz da forma que quiser ser, se aceite como é, com seus medos, inseguranças, sonhos e vontades.
Cante, quando tiver vontade de cantar. Dance, mesmo não sabendo dançar. Diga: - EU TE AMO, aquelas pessoas que você quer bem, mesmo quando souber que elas não te querem na mesma intensidade, o que importa é deixar fluir em ti a força e a alegria de amar a si próprio e a vida com tudo o que ela lhe trouxer.
Não se incomode quando alguém lhe apontar os teus defeitos, aceite-os e procure melhorar se assim acreditar que seja necessário, pois, o defeito para um é a virtude para outro, quando alguém te fizer um elogio, agradeça apenas com um sorriso, mas não acredite demais nessa virtude, pois pode te dar a falsa certeza de que não há o que ser melhorado nesse sentido.
Fique menos dentro de tua casa , afinal, já conhece o suficiente o espaço que te envolve, saia e busque novos lugares, não importa se no bairro ao lado ou em uma cidade do outro lado do mundo, entre em contato com a dinâmica da vida.
Tente se preocupar apenas na proporção que situação exige , mas se não conseguir definir qual é essa proporção, não se preocupe, normalmente ninguém sabe, mas todos gostam de dizer que sabe sobre isso pela experiência já vivida, por não estar dentro da situação e com as melhores das intenções de te ajudar, com certeza não te fará bem, nem mal, mas para ela é importante compartilhar algo que acredita saber.
Tente não se magoar ou se chatear quando aquele alguém que por muito tempo esperou a oportunidade de reencontrar não aparecer naquele encontro com os amigos e se conseguir isso, então é porque não desejava tanto encontrá-la.
Sorria, converse, sonhe, fale absurdos e não seja tão intelectual, tão racional diante de todas as situações, as pessoas não querem mais ser sérias quando querem esquecer as preocupações.
Seja sério e sensato quando estiver num ambiente onde seja necessário sê-lo, mas quando sair dele, traga de volta a criança sonolenta que descansa dentro de ti.
Não lamente e não permita a vida passar por você por causa de um relacionamento que acabou, levante a cabeça, olhe para você e busque a força dentro de si e saia de peito aberto para viver a magia de uma nova paixão, se dê a chance de conhecer pessoas diferentes e arriscar um novo amor, afinal a vida consiste em constantes emoções, algumas duradouras e outras nem tanto, mas de qualquer forma ela é intensa, contínua e nos traz oportunidades o tempo todo, então, pegue a força que há em você e saia para vivê-la.

Coisas vãs



Corpos fracos,
mentes insanas,
pensamentos sem donos,
raciocínio sem lógica...

Na lógica da loucura
a insanidade é normal.
A amargura nos olhares,
apenas, olhares flamejantes...

O ódio impera em tudo,
falsas palavras saem dos corações
não se importando o quanto ferirá e
tudo o que se diz é em vão...

Longínquos pensamentos em olhares fracos,
reais fantasias em loucuras flamejantes,
sonhos que se tornam pesadelos e 
tudo o que se vê, pensa e sente
se tornam apenas coisas vãs...

Eu não tenho as respostas



Eu penso em você e
eu gosto de pensar em você, 
mas, não me pergunte o porque
eu não tenho a resposta.

Eu olho para você,
eu olho para os seus olhos e
você sorri para mim, 
mas, eu não sorrio de volta.

Nós conversamos aquela noite,
você falou comigo,
você disse que ficaria ao meu lado e
eu me afastei de você.

O céu está nublado,
olho para ele e não posso ver as estrelas,
gostaria de poder ver a lua e 
buscar em seu brilho o reflexo de seu olhar.

Você é linda,
sinto em sua essência toda a sua beleza, mas
não me pergunte o porque,
eu não tenho a resposta.

Eu compreenderei um dia
os porques dos meus sonhos, mas
nem por isso eles me farão deixar
de pensar em você.

Eu fiquei fora de mim,
me tornei um viajante de devaneios e medos sem fim,
fui o som de uma melodia que eu mesmo criei
quando descobri que o seu sentimento perderia.

Agora reflito sozinho em meu quarto,
ouço canções que me fazem sentir sua presença,
seu sorriso, seu olhar e seus carinhos
revejo nossa história e nossos momentos.

Mas te peço, não me julgue e nem me questione,
apenas essa noite não diga sobre o que fiz ou quem fui,
porque depois da última noite eu não tenho mais as respostas....

O início da próxima tempestade


Enquanto caminhava a beira mar, observava as pessoas que passavam por ele, olhava de vez em quando para o mar e se atentava as ondas agitadas que se formavam e vinham rapidamente se quebrarem em seus pés, sentia os pés cansados, doídos, as pernas estavam pesadas devido a longa caminhada diária que fazia, mas não se importava, gostava, se sentia bem e era o momento em que refletia sobre as tantas coisas que aconteceram em tão curto espaço de tempo, buscava compreender todo o processo e não somente um momento. Olhava para o horizonte enquanto pensava que há determinados momentos na vida, em que é necessário parar definitivamente tudo. É preciso parar realmente, não apenas se distanciar, mas sim se isolar e se afastar de tudo para que possa ter neutralidade e serenidade suficiente para buscar a origem de um processo que no presente, não corresponde aquilo que se buscava ou se esperava acontecer. Quando se tenta obter essa resposta preso aos fatos e acontecimentos, acaba por ter suas emoções envolvidas nessas circunstâncias e então, provavelmente haverá uma interpretação equivocada e consequentemente ações equivocadas de forma que poderá até mesmo agravar a situação ao invés de encontrar um melhor caminho ou forma de modificar essa realidade. Ele sabia que não seria fácil conseguir esse afastamento, haviam muitos sentimentos envolvidos, lamentava e sofria por cada imagem que lhe surgia a mente, sofria ao pensar em tudo, que mesmo sem intenção acabou acarretando a outras pessoas, sofria a tudo que sentia também de forma tão severa. Procurava desesperadamente uma forma de neutralizar isso, para mudar suas atitudes, procurava a beira da loucura conseguir se fazer entender, porém, quando parecia que algo se esclarecia, um novo fato ou algo que não era de seu conhecimento acontecia e tudo voltava a estaca zero ou pior ainda, se tornava mais grave.

Nessa tarde, resolveu voltar sem pressa, sabia que havia algo por acontecer e sentia de alguma forma que não seria nada favorável. Pressentiu isso, depois de estar em companhia de alguém que lhe era muito especial, ao se encontrarem estava tudo até que relativamente tranqüilo, porém, após saírem do local onde haviam ido, um silêncio aterrador tomou conta de sua alma, sentiu um peso imensurável sobre teus ombros, sentiu apertar o peito e desviou o olhar para fora, olhava pela janela do carro para que não percebessem que algo não estava bem com ele. Não sabia explicar, apenas sentia... Sentiu na voz daquela pessoa, sentiu no toque de sua pele, sentiu no ar. 

Após o percurso, retornou, durante todo o caminho tinha em sua co presença a sensação de que a qualquer momento receberia uma notícia ruim, não conseguia ao menos deduzir qual seria, sentia que estava relacionado aquela pessoa, mas não conseguia definir, assim que chegou ao seu trabalho, enviou um e-mail, queria saber como ela estava, tinha intenção de comentar com ela o que sentiu, mas, algo o fez calar, algo dizia que não era o momento de questionar, mas sim esperar, pois a sensação se tornara tão intensa, que tinha certeza que algo aconteceria, pegou então alguns materiais de trabalho e saiu, não tardou para seu celular tocar, olhou o número era ela, seu coração disparou, sua respiração causou a impressão de que se cessara por alguns instantes, atendeu, do outro lado ela questionou o porque da mensagem, ele disse que apenas queria saber se ela estava bem, se estava curtindo sua mais nova conquista, conquista essa que o deixava muito contente por ela, sempre a admirou, respeitou e quis o melhor para ela, ainda que as vezes sem querer não conseguisse proporcionar isso. Ela então, em um breve diálogo disse que tinha uma notícia, que não era boa, não para ela, mas não era boa para ele. Ele perguntou, mas ela disse que era algo que não poderia ser dito por telefone, que esperaria por ele para conversarem, desligaram. 

Apesar da intuição que sempre foi muito forte com ele, ele sabia que nem tudo que sentia deveria ser dito, algumas coisas, mesmo que a lógica lhe mostrasse o que seria, era prudente aguardar, a menos que houvesse riscos muito graves para alguém. Nesse caso, o risco sendo muito grave ou não envolvia somente a ele e como sempre fora orientado de uma forma que ele jamais revelara a ninguém, quando envolvia somente a ele, jamais deveria revelar. Caminhou, em silêncio, observava, ouvia as ondas, o mar, o vento, mas ouvia também a voz em seu interior. Sua mente confusa, analisava todas as possibilidades que podia criar, divagou desde a mais lógica conseqüência até a mais absurda, mas sabia, que esse seria o momento decisivo em sua vida, sabia que por mais que ele tenha tentando adiar, não teria muito o que fazer agora. Sua vida estava prestes a ter seu rumo definido pela força sempre presente. Por muitas vezes questionou, tentou explicar de uma forma mais branda aquilo que sempre o acompanhou a vida toda, e mais que isso, tentava dar pistas que os fatos que aconteciam, não eram meros acasos, mas na verdade, fatos que ele sabia que aconteceriam, não tinha os detalhes, a forma, as pessoas envolvidas, mas ele sempre soube quantos percalços passaria até atingir a maturidade e evolução necessárias, para começar a colocar em prática aquilo para o qual fora criado, não tinha autoridade para explanar sobre isso com quem quer que fosse, como forma de se expressar usava textos, poesias, contos para dar vazão aquilo que não podia compartilhar. Mas, apesar do turbilhão de sentimentos, imagens e da confusão que se tornou seu ser, ela sabia o rumo da sua vida mudaria, mas não era isso que o assustava, pelo contrário, o que o amedrontava é que com essa definição, seu fim também estava próximo e sabia que única forma de evitar que isso acontecesse antes do prazo há muitos e muitos anos definida por uma antiga cultura descendente de uma espécie de conhecimento muito mais avançados e espiritualidade evoluída, seria encontrar alguém que complementaria a compreensão e a força que sempre trouxe contigo, hoje começaria uma verdadeira corrida contra o tempo, não o tempo dos relógios, mas o tempo além do espaço.

Calmaria

         

Ao parar para contemplar a vida, lembre-se de que ela é quem tem contempla.

Ao parar para olhar uma estrela, observe todo o céu e olhe para a que mais brilha: VOCÊ.

E ao olhar para você, lembre-se que a luz que irradia de ti ofusca o mais intenso brilho que uma estrela poderia emitir lá de cima.
Quando uma intensa solidão invadir o teu peito e olhar para o céu buscando respostas dos porquês, sentirá que alguém lá olha por você e guia todos os seus passos de forma que as coisas lhe aconteçam cada qual ao teu devido momento e nenhuma experiência será em vão. E depois, quando abaixares tua fronte e veres que uma lágrima tua umidece o chão, não te desesperes, pois a tua lágrima fortalecerá a semente que com sede não tem forças para germinar.
E nesse momento em que não sente vontade de sorrir, lembrarás que foram em momentos como esse que surgiram as respostas dos problemas mais difíceis da humanidade.
E se sentires solitária, sem amigos, bastará que você pense em um nome e alguém estará ao teu lado e será a companhia mais adequada para esse momento e quando sussurrares seu pranto para a brisa, soprará o vento e você sentirá teu peito se abrir num alívio sem igual e do céu virá a chuva que lavará teu corpo e tirará de você toda a tristeza que carregas sobre os teus ombros e verá a noite mais linda se abrir por entre as nuvens e as estrelas te saudarão e o sorriso tornará aos teus lábios, então, levantarás tua fronte e voltará renovada e fortalecida para a longa e sinuosa estrada da vida...

O aborígene



Um terreno abismoso, rochas abissais por toda parte, abissínios cultuam seu novo governante, a abjeção chegou ao máximo.

É a abjunção da razão e do espírito, abjuração de tudo o que lhe é sagrado. De uma forma ablativa o céu enegreceu-se, a ablução foi abolida.

Deu-se início ao aboborar do amanhã, um clima abochornado os envolvem. Deus está abodegado, sua cultura aboleimada se fez esquecer de seus costumes.
Aborígene, já não é mais. O último nativo traz consigo o Abraxá para abrenunciar os maus espíritos, mas, seu caminho abrolhado mostra que pelo Abraxá fora abandonado e resolve abruptelar seu horizonte.
Absintado com sua realidade pede ao céu para que seja absolto de seu passado, mas, já se encontra em estado ábsono e cai vencido pelo cansaço. Não alcançou seu objetivo:
Compreender o que aconteceu.
Acorda enrolado em abá, um Ababá que chora solitário segurando ababalhos encontrados ali se reencobre com um abacá.
Imagina que o Abaçai o pegou. Sua pele abançonada treme, é fome, saboreia o resto de um abacate, ao seu lado restos de um abacutaia.
Reconhece-se com um abaciso da vida e escuta distante o canto do Abadavina, lembra-se do Abadir.
Será que sou um Abaeté? Questiona.
Faz algumas abafas para Saturno, levanta-se abagualado para abaionetar-se, mas, sua atitude abaldeirada encontra a tua frente um abalizado "homem da lei" que com um golpe no pobre ababá sai caminhando a se abafolar.
O ababá ao recuperar-se da abalicadela percebe que fora abandonado novamente, em sua volta somente abantesmas de um longínquo passado, recorda-se de uma abaré e se vê abarroado em seu objetivo e se sente abatido por sua realidade abatumado com seus pensamentos, lembra-se que é o único de sua tribo, se abdica de sua raça e se abduz de suas crenças, já está a ponto de aberrar-se quando abichornado cai no abismo, chegando ao fim de uma vida que muitos ainda lutam para manter, uma luta para alimentar suas crenças, suas esperanças e a certeza de que nada acaba com a morte...

A partida do semelhante

        

Ele tentou de todas as formas agir e corresponder as expectativas que foram criadas e depositadas sobre ele. Buscou de várias formas compreender e respeitar aquilo que acreditava não ter o direito de interferir ou decidir por alguém, no entanto, mais uma vez fora mal interpretado, mais uma vez ficou mal diante de toda aquela situação.
Suportou indiferenças, agressões e ofensas veladas. Suportou ventos fortes de todas as direções e ainda que não tenha caído ficou com sua estrutura bastante abalada. Conteve lágrimas, calou gemidos de dor, disfarçou contorções a cada golpe que levava e mesmo assim de nada adiantou.
Agora mais uma vez sua vida está nas mãos de outras pessoas, mais uma vez seu futuro não depende de si mas sim da decisão de uma outra pessoa. Seus sonhos, projetos e desejos mais uma vez fora jogado para o alto e os viu espatifarem no chão, mais uma vez, humildemente se agacha e começa a juntar os pedaços que sobraram para então, ver o que sobrou e dos cacos criar novos sonhos daquilo que um dia motivou suas ações.
Ele espera pacientemente amanhecer o novo dia, espera que com o novo Sol tudo fique mais claro, sabe que sua volta não será fácil e se prepara para aquilo que terá que enfrentar, mas já se colocou na condição de neutralidade, já criou o seu escudo para não ser atingido, mas principalmente para não atingir, não quer ferir, magoar, está decidido a suportar o que está por vir em silêncio, não por humilhação ou baixa estima, mas pelo fato de saber quem é, do que é capaz e por acreditar em si, quando todos já não acreditam.
Aquele que tem consciência de si, não tem a necessidade de provar nada a outro, consegue se colocar na posição inversa e compreender além daquilo que se mostra, e ele é assim. Tenta compartilhar e apresentar novos pontos de vista para serem analisados, mas não impõe, apenas apresenta e respeita o direito do outro aceitar em modificar algo ou não, caso não aceite ele segue, por mais que seja alvejado, não agride de volta, sabe que não adiantará, sabe que nada mudará a não ser quando se quer que mude. Sabendo, então o que lhe espera, já se colocou na condição ser superior, mas sem querer ser melhor, apenas para evitar mais lágrimas, pois, sabendo quem é, sabe que sobreviverá e que seu caminho seguirá, e sabe também que tudo o que foi dito por ele, cedo ou tarde se manifestará para aqueles que hoje negam compreendê-lo ou aceitar o que foi apresentado. Sabe que todos tem seu próprio processo de crescimento e uma informação apresentada antes desse tempo, não será compreendido no momento, mas estará sempre presente como uma bomba relógio que quando chegar o momento explodirá e muitas convicções e alegações cairão por terra, sobrando apenas aquilo que se tentou negar a todo custo, tudo o que se negou através das agressões e comportamentos hostis que na verdade foram a única forma que as pessoas conheciam como auto defesa, se mostrará forte e certa e será tarde demais para desculpas, mas não tarde demais para uma mudança de comportamento que possa tornar a própria vida mais leve, mais colorida e com mais amor, não só para os que estarão a volta nesse momento, mas principalmente mais amor a si próprio.
E tendo a consciência de que sua missão fora cumprida, não cabendo a ele nada mais nesse momento, ele pega suas poucas coisas, sem muitas explicações acomoda o que há para ser acomodado e em silêncio vira-se e começa a caminhar em direção a porta. O seu olhar pode aparentar tristeza, mas não é, é apenas a expressão neutra de quem tem a certeza de ter feito o seu melhor e que de agora em diante, tudo dependerá daqueles que ficam. Sai seguro e certo de que o universo que o colocou nessa situação toda, o fez por ter para ele algo necessário a ser feito, uma nova missão talvez, uma outra pessoa precisando de sua presença. Ele sabe que sua tarefa é uma tarefa ingrata, pois, em todas elas ele tem que se colocar em uma posição vista por muitos como de submissão, mas que na verdade é daqueles que já passaram por uma fase que os outros se encontram, ele sofre, mas sabe que é necessário para poder sentir como os outros e compreender melhor aquilo que a pessoas a quem ele se destina expressam. Ele não envelhece, não adoece, as vezes finge sintomas para não levantar suspeitas, mas ele sabe o que virá, sabe o que foi, conhece muito daquilo que poucos conhecem, ele não tem o direito de dizer, mas pode alertar e o faz, ele tem que parecer como os outros, mas não se esquecer de que não é como eles, ele parte agora, sem saber ao certo para onde o universo o mandará, apenas parte, há uma certa preocupação com quem fica, mas tem consciência de que fez o que tinha que ser feito e o que vão pensar a seu respeito não importa, porque ele sabe que quando chegar o momento tudo ficará claro o suficiente para que se compreenda porque ele é tão diferente. É comum pessoas em um estágio um pouco mais avançado reconhecerem nele alguém diferente, alguém especial, como é muito comum se ouvir dizer sobre ele, mas são raros os que compreendem porque ele é assim, em sua maioria as pessoas não o notam, os que notam confundem sua tranquilidade com imobilidade, indiferença, não percebendo que suas ações mais poderosas não estão no físico, mas sim em sua mente, seu olhar e principalmente em suas mãos...
E com esses pensamentos sendo sussurrados em seus ouvidos, por várias vozes que ele conhece muito bem, mas sem formas, apenas sons trazidos pela brisa e o vento, ele continua sua lenta caminhada em direção a rua, no fundo ele tem a esperança de ouvir a voz daqueles que ficam pedindo para ficar, pois, somente assim ele poderia se opor a vontade do universo, mas, com a mesma intensidade que do fundo de seu ser há esse desejo, há também a certeza de que o orgulho, medo e insegurança existente naqueles que ficam, os impede de perceber o que realmente sentem e não os deixam dizerem nada. Na verdade, tentam demonstrar indiferença e até alívio por esse fim, mas não percebem que não podem esconder dele aquilo que está dentro de seu coração, não percebem que ele houve o sussurro que sai por entre seus lábios quando suas essências falam, não percebem que ele vê além do brilho opaco de seus olhos cansados, que sente no arrepio dos pelos de seus corpos cada contração dos músculos tetando conter as lágrimas que tentam surgir de seus âmagos, não percebem que ele faz parte de cada centímetro de seus seres.
Mas, ele não pode dizer, explicar ou mencionar, cabe a ele apenas estar ali pelo tempo que o universo determinar ou que eles pedirem por si só sua permanência, o que ele sabe, nunca acontece, por isso, sempre em movimento, sempre em lugares diferentes, de forma diferente e em situações diferentes. Ele vive, apenas isso, sonha, chora e ri como todos, mas ele não é igual, apenas semelhante.