Penso em algo que talvez jamais tenha existido.
Acaricio em meu dedo uma aliança que jamais usei, uma aliança que hoje sei, jamais foi firmada.
Um compromisso que jamais tenha existido,
uma cumplicidade unilateral e que jamais fora o que acreditei ter sido um dia.
Penso em um sentimento que hoje desconfio jamais ter conhecido, uma sensação que hoje sinto, jamais ter sentido, acredito hoje que esse sentimento tão intenso jamais tenha se apresentado a mim, foi apenas um sonho que eu quis acreditar ter sido verdade.
Sinto hoje algo que apenas tive coragem de alimentar a ilusão de ter encontrado o que buscava sentir, mas que na verdade jamais se aproximou de mim.
Penso em você e começo a desconfiar que em todo esse tempo ao meu lado, você jamais acreditou sermos nós e continuou a viver sendo eu.
Percebo agora que enquanto estive ao seu lado fui como o rochedo em frente ao mar que quando tocado pelas ondas não sentia o frescor das águas, somente os golpes doloridos desferidos por elas.
Como a areia do deserto sob uma forte chuva que apesar de saciar a sede, não era suficiente para umedecer e refrescar meu interior, sinto que ter estado ao teu lado, fora como jamais ter deixado de estar só...
Karl Mot (05/06/2008)
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