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Acaso intencional


Estamos aqui, somente nós dois. Não há sons, ruídos ou qualquer outro sinal de vida além das nossas.
Apesar de sabermos que a vida continua lá fora, gostamos de nos enganar acreditando que o mundo parou para assistir esse nosso momento.
A energia elétrica se foi e improvisamos com tocos de velas, que durante tantos anos ficaram esquecidos na velha gaveta do novo móvel que comprei dias atrás. A luz é fraca e tremulante, mas, o suficiente para que possamos perceber o brilho em nossos olhares e observarmos as camisetas que se movimentam ritmicamente acompanhando as respirações ofegantes que tentamos disfarçar.
Quase é possível ouvirmos as batidas dos nossos corações acelerados dentro peito e ainda assim, tentamos esconder de nós o desejo gritante de nos entregarmos.
Nada fora planejado, isso é um feliz presente do universo, um acaso provocado intencionalmente por nós dois.
Nos encontramos quando caminhávamos e de repente uma chuva torrencial despencou quando chegávamos próximos da minha casa, a convidei para entrar e esperar que a chuva passasse, já com todas as boas más intenções na mente e por todo o meu corpo que não resistiu ao ver seu corpo esguio molhado, mostrando a silhueta que por tantas vezes imaginei envolvida por meus braços e tomada como minha pelo meu corpo.
Você, agora me diz que também desejou esse momento, não por mim, não comigo, mas pela situação e circunstância que a excitou, seria o momento pelo momento, o prazer pelo prazer, a realização de uma fantasia, pela simples fantasia de realizar um sonho. 
E no momento que lhe apresentava uma toalha para que se secasse, as luzes se apagaram, o som que tocava incessante que deixei ligado cessou, a penumbra, o silêncio, me lembrei das velas e agora te vejo, parada bem diante de mim.
Você segura a toalha, não sabe exatamente o que fazer, ou sabe, não sei.
Te olho, te sinto, tento invadir seus pequenos olhos negros na esperança de decifrar o que eu devo fazer, se devo fazer, e simplesmente faço e que se dane se não fosse para ter feito.
Abraço tua cintura, a trago para junto do meu corpo, te beijo tão intensamente como se jamais pudesse separar minha boca da sua, sinto tua língua macia e morna deslizar pela minha, sinto teus lábios macios envolverem os meus para em seguida eu devorar e sugar os seus, mordo suavemente seu lábio inferior, afasto-me e lentamente levanto tua camisa ainda pingando as águas da chuva que nos surpreendeu, percebo que seu frágil corpo treme, já não sei se de frio ou de desejo, me encanto quando teus cabelos se soltam e pesadamente caem sobre teus ombros. 
Você com jeito tímido me olha como que se quisesse esconder o rosto, porém, não demonstra reação contra a minha vontade. Laço minhas mãos por trás de suas costas, com as mãos espalmadas te envolvo para que se aqueça no calor do meu desejo, sutilmente liberto teus seios daquele que limita tua tão ofegante respiração, nesse instante ouço você inspirar profundamente e em seguida sinto o ar quente que escapa por sua boca entre aberta. 
Sinto então, tuas mãos que deslizam em minhas costas trazendo para cima minha camiseta também molhada, em pouco tempo, nossos corpos nus se encontram, não se separam, se sentem, se exploram, se doam às nossas mãos que inquietas vasculham os espaços, não param, nossas bocas não se separam e quando o fazem, sentimos nossas línguas que passeiam pelos cantos, faces, pescoços e peitos. 
Braços que se entrelaçam, pernas que se cruzam, almas que se encontram.
Jogamos para o lado, junto com as toalhas, os valores, pudores, medos e receios.
Sussurramos que não nos amaremos, gememos que não nos apaixonaremos, prometemos apenas viver o momento.
Você ali deitada, os traços de sua sombra modificando a linha do horizonte do meu quarto.
Os peitos nus, rijos, pelos arrepiados, o movimento preciso e incerto de sua respiração, seus pés pequenos que se esfregavam, suas pernas que gradualmente ganhavam volume a medida que meus olhos subiam percorrendo lentamente tão belo caminho, o paraíso a ser explorado e desvendado por mim que se mostrava em moreno e pálido tom. 
Eu a admirava em cada centímetro de tua existência, saciava primeiro meu ego e minha alma antes de consumir a sua.
Lanço-me aos seus pés, deixo meus lábios sedentos saborearem o doce sal do teu suor, subo o caminho percorrido por vidrados olhos instantes atrás, sugo e sacio a sede de teu mel, sem pressa, porém com tamanha vontade que me falta o fôlego, entre minhas mãos, teu pequeno corpo se contorce, melodias indecifráveis invadem o sólido silêncio que havia até então, continuo meu passeio em direção aos picos tão almejados, roçando lentamente meus lábios e minha face em tão macia tez , seguro teu corpo com a mesma firmeza com que retiro as pétalas de uma flor, detenho-me diante de tua face, quero que veja o que há além do brilho dos meus olhos e quero que peça para que eu entre e invada tua alma, que eu descubra e desperte a mulher há tanto adormecida que você sempre soube existir, mas que jamais conseguirá fazê-la vir à superfície. 
Invado o sagrado espaço levando o profano das carnes às almas não tão puras, mas jamais tão cruelmente violada, sussurro palavras antes não ouvidas por você e jamais ditas por mim.
Te mostro novos caminhos e sensações, te apresento o que até então era distante para ti, te faço perceber que além do corpo há muito mais a ser descoberto e explorado.
O silêncio já não existe, os móveis marcam o compasso da melodia em desarmonia que invade a casa, já não há escuridão, mas também não há luz, há apenas a energia que surge em nossos corpos iluminando o que está a nossa volta, porém, nada há mais à nossa volta, estamos mergulhados em um espaço além do que podemos reconhecer, sentimos, vivemos e nos entregamos nesse momento.
Como felina você se posiciona a minha frente, olha-me por sobre o ombro e implora por meu ataque, te invado a alma, o corpo e espaços jamais tocados, levo-te a novas e únicas emoções, seus ganidos me incitam a atacá-la ainda mais, suas unhas firmes enrugam o lenços já úmido de nossos suores que impregnam nossos corpos, tecidos e o ar.
Então, vira-se para mim, teus lábios buscam o meu, percorrem meu corpo no sentido inverso em que percorri o seu, sinto-os deslizarem suavemente por mim enroscando de vez em quanto teus dentes em minha pele, sinto o toque umedecido e quente no músculo que brutalmente se atreveu te fazer sentir o que antes era apenas um desejo, deixo-me cair de costas no colchão já cansado e me torno então o seu brinquedo. 
Olho para teu rosto e já não é mais a menina frágil, de corpo esguio e olhar tímido de momentos antes, você se tornou a mulher antes adormecida, libertou aquela que há muito pedia para se mostrar e sinto teu corpo pesar sobre o meu, olho para você que com as mãos apoiadas em meu tronco esboça um sorriso que jamais havia visto, levanto minhas mãos para alcançar teus ombro, as deixo caírem até sua cintura, acompanho teu movimento frenético, tento te acompanhar nesses passos dessa dança frenética, minhas mãos brincam enquanto a vejo realizar-se, criando, mudando e fazendo movimentos que fazem meu corpo estremecer, contorcer e inflar como se a matéria não pudesse conter a energia que pulsa em mim.
De repente seu movimento se torna mais leve, suave, terno... Levanta-se um pouco e vira-se, acaricio então tuas costas, onde gotas de suor escorrem, posso sentir toda tua pele umedecida, posso ver o brilho da fraca luz das velas se refletirem nela.
Seus movimentos vão se intensificando, gemidos, gritos, ganidos, sussurros, pedidos, palavras ou apenas sons, já não se definem, não se fazem entender, apenas nossos semi tons descompassados até o urro final... 
Músculos contraídos, corpos contorcidos, mentes entorpecidas, respirações falhas e batimentos imprecisos.
Teu corpo tomba inerte sobre o meu, nos sentimos, há somente um corpo sobre o outro, somente dois corpos extenuados por não se amarem, não se apaixonarem, por simplesmente viverem a oportunidade do momento.
As luzes voltam, o ambiente é tomado pelo som da música que foi interrompida, o barulho da chuva cessou.
Nos levantamos, você se veste, me dá um beijo, esboça um sorriso com o olhar tímido e diz adeus.
Eu já não sou o mesmo de quando chegamos e você jamais será a mesma depois que partiu.


2 comentários :

  1. É bom saber, que ainda existem pessoas que procuram compartilhar a essência de suas almas. Pessoas que escrevem o que sentem, mas trazendo tudo do coração, liberando magia e fluídos que preenchem nosso espírito. Parabéns meu Mago, pelo seu lindo espaço. Bjss da sua Fada.Moahh!!!

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  2. Grato, Cintia (Fada)... Apenas deixo os sentimentos se transformarem em palavras e permito que estas fluam, sem limitações, sem racionalizações, apenas, fluem... E fico muito contente e lisonjeado por saber que de alguma forma, consigo compartilhar esses sentimentos e emoções através delas. Bjs,

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