Um sentido para o meu egoísmo

Confesso que te amei, te quis e te desejei.

Confesso que por muito tempo privei meu coração desse sentimento, mas ainda não compreendo o porque que permiti me entregar à você.

Confesso que sei que te feria, e às vezes havia a minha intenção de ferir, às vezes para massagear o meu ego, outras para mostrar que eu também sabia ferir quando você me feria.

Confesso que por muitas vezes quis acreditar que você sentia ciúmes de mim e que quando chorava, chorava por mim e não por lamentar sonhos e ilusões agora tão distantes de você e que por tanto tempo foram alimentados em vão.

Confesso por muitas foram às vezes em que tomei tuas lágrimas em cálices de vitória e saciava minha sede de vaidade imponto, então, minhas crenças e opiniões e me dava por vitorioso em uma disputa sem sentido.

Confesso que por muitas vezes quis ir embora, deixar você e tudo mais para trás, mas, não consegui fazê-lo.

Confesso que fiquei por você, mas, muito mais por mim. Confesso que alimentava a cada instante meu egoísmo e vaidade, escondendo assim os meus medos e inseguranças.

Confesso que alimentei tudo isso para não matar...

Para não matar em ti a doce criança que ainda vivia, para não destruir os tantos castelos que você havia construído em areias brancas banhadas pelo mar dos sonhos, para não dissipar tantas esperanças que ainda trazia guardadas em teu coração.

Confesso saber ter sido o pior ser humano que cruzou o teu caminho, mas tudo o que fiz, fiz para evitar que se apaixonasse por mim e com isso não te ferir com o ser que sou, para não se decepcionar por eu não poder oferecer para você tudo o que merece e acreditava que eu poderia te dar.

Apenas confesso, que aprendi o que precisava e ensinei o que era necessário, mas não seria a melhor pessoa que você poderia ter ao seu lado.

Confesso que você estará sempre em mim e que meu coração sempre irá sentir as batidas do seu, mas, por te amar é que o melhor tenha sido eu me afastar e não te deixar alimentar a esperança de ao seu lado um dia eu estar.