É importante para mim dizer como me sinto, principalmente agora que talvez já tenha partido.
Eu gosto muito de viver, mas não me importo de dizer adeus, talvez um eterno adeus.
Partiria e dependendo de como seja o desconhecido, irei cantando “Just a gigollo”.
Mas tudo acontece de forma tão rápida que talvez não dê tempo de lhe dizer adeus e então quando você chegar eu já tenha partido, enquanto todos choram em busca de um pouco de prestígio eu estaria com um sorriso tolo estampado nessa cara fina que o tempo há de corroer.
Se for possível, permanecerei entre as turmas isoladas que lembram as situações hilárias desse que parte, achando graça das piadas sem graças que um dia contei e ver quando entra aquela menina, os canalhas discretamente lançando olhadelas e ver aquele grupo de garotas que nem sabem porque estariam ali, mas estariam.
Não me importo com nada disso, na verdade até me divirto.
E se eu morrer agora, apenas terei partido, talvez como o trem que chegou atrasado ou como o ônibus que apressado sai antes do horário, talvez como o destino certo, ou ainda, nem de endereço precise o diabo.
Se eu morrer agora, estaria imaginando a expressão daqueles que lerem essas palavras vãs, palavras de adeus de um solitário ateu.
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