Quem somos para gritar ao mundo em nome de incertos e inseguros deuses, se não somos capazes de compreendê-los ou definí-los?
Quem somos para chamar a atenção de outros com sermões vãos se não compreendemos o que dizemos e menos ainda, praticamos aquilo que dizemos para fazerem?
Quem somos para definir o bom e o mau para alguém, se até nossas decisões são tomadas pelas circunstâncias e conveniências?
Quem somos para impor novos valores e conceitos se estamos tão confusos quanto todos nessa realidade confusa?
Quem somos para dizer que o mundo está errado se não conseguimos consertar os erros dos próprios mundos?
Quem somos para definir e cobrar o amor, se em momentos contrários ao que queremos maldizemos tão belo sentimento e não oferecemos o amor que há em nós sem antes recebê-lo?
Quem somos para discutir a beleza de uma flor, se a beleza está nos olhos de quem vê?
Quem somos para definir o belo e o feio, se isto equivale ao estado de ânimo daquele que o interpreta?
Se não somos capazes de definir a nós mesmos, uma vez que sempre nos preocupamos pela forma que somos interpretados pelos outros, quem somos nós para definir ou julgar aquele que está ao nosso lado?
Somos apenas a soma dos defeitos, inseguranças, carências e virtudes, moldadas para atender as cenas da peça do dia-a-dia do teatro da vida.
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