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Em busca de respostas



Uma manhã nublada, onde nada de diferente parecia que poderia acontecer, ele caminha solitário e reflexivo pela beira mar. Segue o seu caminho como faz todos os dias em direção ao seu trabalho. Preocupação, valores a serem pagos, favores a serem retribuídos, promessas há muito feitas e jamais cumpridas, mas de todas essas imagens, a que mais o incomodava era as que se referiam as promessas não cumpridas, principalmente aquelas que ele havia feito para si. Percebia o tempo esvaindo-se sem que ele pudesse fazer nada quanto a isso, e não conseguia compreender como tantos sonhos, projetos e várias outras coisas que sempre foram minimamente elaborados, planejados e que no início parecia que seguia o caminho preparado, de uma hora para outra simplesmente se desestruturava, inclusive relacionamentos afetivos que tinham todas as características para se algo muito positivo, construtivo e que mesmo tendo a consciência de diferenças e conflitos que poderiam surgir, (O que na verdade não é mal algum, ao contrário, contribui para o relacionamento) tudo parecia estar caminhando bem e de repente, ambos não conseguiam se entender.
Ele continuava a caminhar, seu coração batia acelerado, a pulsação já não seguia o mesmo ritmo de outros dias. Um misto entre ansiedade, tristeza e quase desespero, os números com os valores das contas não saiam diante de seus olhos, as lembranças das últimas palavras da sua companheira ecoavam em sua mente, as imagens dos vários favores prestados por pessoas próximas a ele, em todas as vezes que sem explicação os seus projetos frustraram-no iam e voltavam como as ondas ao seu lado.
Ele tentava de todas as forma modificar esses pensamentos, procurava encontrar nos mais íntimo de si, mais uma vez força para acreditar que poderia mudar tudo isso, mas não conseguia, tudo estava nublado para ele como o céu que se mantinha suspenso e indiferente sobre sua cabeça.
Ele sem se dar conta, passou a falar consigo em voz sussurrada, conversava como se dirigisse a outra pessoa suas palavras:
- Como pode as coisas acontecerem assim? Tudo o que sempre busquei e quis em minha vida, não foi nada de mais, nunca quis ser melhor do que ninguém e nem pior, sempre procurei dentro de minha realidade ajudar, compartilhar, somar a outras pessoas e no entanto, nunca sai do lugar. Me sinto cansado, parece que caminho em uma esteira, que por mais que acelere, force o ritmo, apenas me canso, mas não chego a lugar algum. Vejo tantas pessoas agindo de má fé e sempre, de alguma forma conquistando e realizando algo e eu sempre mantendo meus valores apenas me ferro... (Suspiro). Não consigo compreender. As pessoas com quem me relacionei sempre procurei oferecer o melhor de mim e no entanto, raras são as lembranças de reciprocidade, carinho apenas quando eu pedia, isso quando recebia, atenção somente em alguns momentos. Sempre procurei ouvir, compreender, mas tenho a sensação de que nunca me ouviram, nunca se preocuparam realmente em saber como me sentia. Sempre se queixaram de seus problemas, mas jamais me perguntaram quais eram os meus, sempre se preocuparam com tantas coisas e transmitiram a mim essas preocupações que tentei de alguma forma ajudar, no entanto, quando me silenciava em minhas preocupações, jamais me perguntaram quais eram elas, apenas me criticaram pelo fato de estar quieto em meu canto. Estou cansado, e dessa vez não estou encontrando forças para renovar aquilo que sempre acreditei, a força de acreditar em si. Mais uma vez vejo se repetir diante de mim as mesmas situações de formas muito similares as outras e me pergunto, o que faço de tão igual, para que as coisas aconteçam exatamente de forma tão semelhante? Não encontro respostas, mudei muitas coisas em mim, desde atitudes a pensamentos, valores, crenças e até abri mão de coisas que sempre tive como referências. Não sei mais quem sou, o que sou e o que quero.
Ele olha para o lado, as ondas continuam indo e voltando, seu coração está ainda mais acelerado, sua voz embargada, seus sentimentos confusos. Ele olha em volta, busca uma alternativa, não vê, pensa em uma opção, não encontra. A onda parece convidá-lo a um mergulho, ele lentamente abaixa-se, tira seus sapatos, esvazia o bolso e envolve sua carteira, celular e relógio em sua camisa, calmamente a coloca sobre seus sapatos, deslizando suavemente sua mão, como que acariciando o rosto daquela que lhe deu esse presente, já sente saudades, sabe que sentirá sua falta, mas não consegue ver uma nova opção. Pensa em todos que já passaram em sua vida e busca uma última vez a imagem de cada uma delas, trazendo a si a sensação de gratidão. Levanta-se, caminha em direção ao mar, a onda fria envolve seus pés, ele continua a caminhar, as águas atingem a altura de seu tórax, ele olha uma vez mais para a praia que aos poucos se distancia, olha os prédios, as pessoas que distraidamente passam, correm, pedalam e nem percebem a presença dele...
Ele respira fundo, volta-se novamente ao horizonte e continua a caminhar, mergulhando para passar pelas ondas, ele segue, está decidido ir até onde suas forças o permitam chegar, mas convicto de não usará essa força para alcançar seus sonhos...

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