Rápido e inesperado como um raio que corta o céu em uma tempestade, tão suave quanto a brisa que sopra anunciando o turbilhão que se aproxima, tão impressionante e fascinante como os fatos da rotina massante de nosso dia-a-dia, tão inquietante quanto o grito silencioso do silêncio do reflexivo...
Tão frio quanto a chama incandescente que paralisa o ser, tão previsível quanto a passagem do planeta ainda não descoberto, tão inexpressível quanto a distorção da face pela sutil dor que envolve os músculos, tão acalentador quanto o sussurro grotesco de um agressor...
Surge dos céus em nome dos infernos, Surge no auge do dia trazendo a mais escura noite, se manifesta nos medos que não admitimos e nos sonhos que assassinamos, se mostra no semi tom da voz rouca de um cantor que esqueceu a letra da canção...
nos isola em meio a multidão, nos expõe na solidão de um quarto diante do espelho, se reflete no brilho de um olhar no breu da escuridão de próprio mundo, tão lentamente quanto a vida que se cria, sutilmente dilui tudo aquilo que com zelo alimentamos, como o sopro morno que nos trouxe o fôlego quando o perdemos ainda criança, impregna as entranhas...
A beleza fatídica tão cruel na sua mais plena forma de bondade, tão aconchegante quanto o abraço materno que pela força do carinho nos asfixia, tão carinhoso como o toque do espinho de uma flor que nos rasga as mãos, traz a inquietante paz da ansiedade no mais calmo momento de conflito...
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